Adolescente é apreendido por suspeita de torturas pelo Discord em BH

Um adolescente de 16 anos foi apreendido pela Polícia Civil de Minas Gerais suspeito de cometer crimes virtuais pelo Discord. De acordo com apuração da corporação, o jovem é investigado por indução ao suicídio, estupro de vulnerável, tortura e até indução a zoofilia. Ele é considerado líder de uma comunidade que praticava crimes pelo aplicativo. Seus comparsas foram presos no curso da operação Dark Room, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), no último 6 de julho. Computador e telefone do adolescente foi apreendido pelos agentes. O delegado Ângelo Ramalho, que investiga o caso, detalhou, em uma entrevista coletiva, que o jovem obteve informações sensíveis de uma menina de 13 anos. Segundo o delegado, o suspeito a cooptou para um grupo privado no aplicativo. “Conectada ao mesmo servidor, e sob ameaça de ser exposta, a vítima era subjugada, humilhada e sofria violência psicológica com consequências física e sexual, além de instigada ao suicídio”, relatou o delegado. “O que os investigados impeliam na vítima era um estado de ‘escravidão virtual’. Ela não poderia parar ou teria conteúdos revelados para familiares e na escola”, complementa.

De acordo com as investigações da polícia, os suspeitos ordenaram que a jovem realizasse atos libidinosos com seu cachorro. Na sequência, os suspeitos ordenavam que a vítima quebrasse a pata do animal e que depois urinasse nele. O grupo teria ordenado que a jovem raspasse a sobrancelha e também pedia para que a vítima introduzisse objetos em nas partes íntimas. “Os suspeitos faziam contagem regressiva para que ela executasse cada ato”, informou o delegado. Além disso, a menina foi obrigada a escrever o nome do grupo na própria pele, utilizando um canivete. Ela teria iniciado o ato, mas o canivete estava sem corte. O suspeito apreendido obrigou que a vítima utilizasse uma lâmina de apontar. “Constatamos que essa sessão de tortura era recorrente, sendo que cada uma delas durava cerca de uma hora”, observou o delegado. O aplicativo também era utilizado para a disseminação de mensagens de apologia ao nazismo e de misoginia. As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outras vítimas. Por se tratar de menores de idade, as identidades não foram reveladas.