América Latina é motor de mudança global da NEC Corporation

Roberto Murakami, o VP da Unidade de Negócio de Redes da NEC na América Latina Foto: Divulgação

A NEC Corporation acabou de completar 125 anos de história, sendo 56 anos no Brasil. A empresa japonesa, conhecida por seus produtos e serviços no mercado de telecomunicações, está se reinventando para tornar-se referência em integração.

Quem conta um pouco mais dessa história ao IT Forum é Roberto Murakami, o VP da Unidade de Negócio de Redes da NEC na América Latina, que está há 26 anos na companhia. “A NEC, como uma empresa centenária, precisa se transformar o tempo todo, tem que ouvir o mercado e estar em transição. As transições da NEC são mais lentas, mas muito consistentes. A questão de integração vem acontecendo há muito tempo”, resume ele.

O executivo conta que, quando começou a trabalhar na NEC, era uma empresa chão de fábrica, de montagem de placas, mecânica, entre outros. Tudo começou a mudar nos anos 200, quando deixaram de ser fabril, primeiro com a terceirização e posteriormente a venda da área de hardware.

“A NEC Corporation coloca a América Latina como um ponto de inovação. As coisas novas que acontecem, a NEC coloca aqui quase como um balão de ensaio. Eu sempre tive a liberdade de fazer as coisas no Brasil ou na América Latina. E as experiências que dão certo, ela replica no resto do mundo”, comemora Murakami.

Leia também: Privado: Benefícios do 5G para empresas ainda não são claros para 55% dos executivos no Brasil

Em 2001, a NEC começou a fazer integração no Brasil, ideia adotada pelo Japão e que, globalmente, foi adotada apenas em 2007/2008. “O atual presidente decidiu dar a guinada. Até quatro ou cinco anos atrás, ainda produzíamos hardware e equipamentos, não no Brasil, mas no Japão, Índia e outros países. A guinada começou para a integração e software e o que estamos fazendo agora é trabalhar muito na parte de automação”, revela ele.

O foco, diz Murakami, é se consolidar na área de automação industrial, de processos, de redes, industrial. Isso porque, com a vinda do 5G, falou-se muito sobre como usar e pagar a tecnologia e a resposta sempre foi IoT e Indústria 4.0. “Nós achamos que um dos pontos que realmente alavancará isso é a automação.”

“Nós somos muito fortes em operadoras, apesar de ter produtos para Enterprise no Brasil. Porém, o 5G não movimentou o mercado, essa questão de automatizar e promover o IoT que 5G prometeu ainda está engatinhando. Isso em todo o mundo, não só na América Latina”, pondera ele.

Dentro desse contexto, a NEC percebeu que o mercado Enterprise tem que continuar evoluindo, com ou sem automação ou 5G. Por isso, o novo foco está nas grandes empresas.

“A América latina foi um dos motores dessa mudança global. O modelo que está sendo aplicado aqui é o mesmo replicado na Europa e na Ásia-Pacífico. Nós tentamos esse modelo muitas vezes nos EUA, mas a competição de integrador e distribuidor é muito forte. Aqui também é muito forte, mas a gente consegue sobreviver. O modelo nasceu no Brasil, agora está forte no México, na Colômbia, no Chile e na Argentina”, frisa Murakami.

Ele divide que, atualmente, no Brasil a NEC tem 65% dos seus clientes como operadoras e 35% Enterprise. No México e na Colômbia são praticamente 95% operadoras. “A ideia é criar um pilar de Enterprise que seja um contraponto para a operadora.”

Outra tendência ditada pela América Latina é a regionalização. Atualmente, a NEC está tentando entender a sinergia entre os países da região para a troca de experiências, recursos e skills. A ideia está sendo replicada em outras regiões para que, no fim, todos os países estejam entrelaçados e a NEC vire, de fato, uma empresa globalizada.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!