António Guterres defende reforma da ONU e ação climática urgente
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu “reformas profundas” nas instituições globais e ação urgente contra a crise climática durante seu discurso de abertura na Cúpula do Futuro, em Nova York, neste domingo (22). Ele destacou que os atuais mecanismos multilaterais de cooperação internacional não conseguem responder aos desafios do século 21.
Guterres alertou para o risco de o mundo estar “saindo do caminho”, com conflitos em várias regiões, incluindo a Ucrânia e o Oriente Médio, e afirmou que o sistema de segurança coletiva está ameaçado por divisões geopolíticas e a proliferação de novas armas. “Precisamos de decisões difíceis para voltar ao caminho certo”, afirmou.
Ele também destacou a necessidade de agir rapidamente para reduzir o uso de combustíveis fósseis, mencionando que as emissões continuam aumentando apesar do consenso sobre a urgência da ação climática. “A crise climática está destruindo vidas, devastando comunidades e prejudicando economias”, ressaltou. O secretário-geral reforçou a necessidade de atualizar o Conselho de Segurança da ONU, tornando-o mais representativo, e reformar a arquitetura financeira internacional, estabelecida quando os países estavam sob domínio colonial.
Guterres enfatizou que a América Latina, assim como outras regiões do mundo, precisa ser melhor representada nos organismos internacionais para que suas necessidades e desafios sejam adequadamente atendidos. O secretário-geral da ONU afirmou que muitos países em desenvolvimento estão “afundando em dívidas” e não conseguem atender às necessidades dos seus habitantes.
“A arquitetura financeira internacional foi estabelecida quando muitos dos países que se desenvolvem hoje estavam sob domínio colonial”, disse. Ele destacou que o sistema financeiro atual não é capaz de enfrentar os desafios contemporâneos, como a crise climática.
O secretário-geral ressaltou que o sistema financeiro precisa ser mais inclusivo e representativo da economia global atual, e que as instituições globais devem oferecer uma rede de segurança eficaz para os países em desenvolvimento. “Nosso mundo está passando por uma fase de turbulência e transição, e a atual arquitetura financeira não é suficiente para lidar com essas mudanças”, afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira