Apagão em SP esquenta o debate sobre privatização de serviços públicos e respinga na Sabesp

A recente queda de energia em São Paulo trouxe à tona questões envolvendo os papéis dos setores públicos e privado quando o assunto é a privatização de um serviço essencial. No Estado paulista, a Enel, empresa italiana, fornece energia para mais de 20 cidades do Estado, incluindo a capital e a Região Metropolitana desde 2018. Para o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas, Joelson Sampaio, é preciso vigilância e atenção por parte do Estado. “Elas têm benefícios para a população, mas é preciso a regulação ativa do Estado para garantir essa transferência de benefícios para a população, e sempre fiscalizar as empresas”. O professor lembra que é a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que deve regulamentar as empresas. “Primeiro tem que ver a forma que a empresa está conduzindo, quais os problemas que ela teve, e se essa empresa teria controle desses problemas. Tudo que a empresa tem controle em termos de ação e reparos que não foram feitos, a empresa precisa ser penalizada certamente”, comentou Joelson Sampaio. O assunto amplia o leque para o debate sobre a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Recentemente, parlamentares contrários a proposta utilizaram o apagão, ocorrido na última sexta-feira, 3, para reiterar o posicionamento contra a venda da companhia. A privatização da Sabesp é uma das principais bandeiras do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que pretende ver o projeto aprovado ainda neste ano. Se o plano da gestão estadual concretizar, Joelson Sampaio afirma que a Prefeitura de São Paulo deve participar da discussão antes e depois do processo. “Realizar um acompanhamento e uma fiscalização. Depois, garantir que a qualidade e os benefícios da privatização cheguem à população”, completou.

*Com informações da repórter Camila Yunes.