Apple é investigada na França por suspeita de limitar vida útil de smartphones


Empresa é acusada de deixar determinados dispositivos antigos mais lentos e sem possibilidade de conserto. Logo da Apple
Unsplash/ Zhiyue
A França investiga, desde dezembro, possíveis práticas da Apple de limitar a vida útil de seus produtos, em particular de seus smartphones, informou o ministério público do país, na segunda-feira (15).
A denúncia foi apresentada pela associação HOP, por supostas práticas comerciais enganosas e de “obsolescência programada”. A investigação está a cargo da Direção-Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão de Fraudes (DGCCRF).
Essa associação indicou, em um comunicado, a sua expectativa de que a investigação permita “punir e demonstrar o caráter criminoso das práticas de “serielização”” da empresa.
A “serielização” consiste em “associar os números de série dos componentes de um produto ao de um smartphone, por meio, em particular, de microchips”, explica a HOP.
Desse modo, o fabricante pode “limitar a reparação de seus dispositivos por parte de reparadores não autorizados e, inclusive, estragar um smartphone com componentes ‘genéricos’ à distância”, acrescenta.
A AFP não conseguiu, até o momento, entrar em contato com a Apple França para obter uma reação a essas informações.
Em fevereiro de 2020, a Apple aceitou pagar no país uma multa de € 25 milhões (R$ 133,7 milhões) por práticas comerciais enganosas.
Essa investigação, aberta em janeiro de 2018 a pedido de uma associação que contava com mais de 15 mil depoimentos, estava relacionada à restrição de funções dos modelos antigos de iPhone.