Às vésperas do G7, Lula precisa de agenda externa mais efetiva, diz especialista

Às vésperas da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cúpula do G7 no Japão, os compromissos do chefe do Executivo começam a ser questionados por especialistas em relações internacionais. Desde que Lula tomou posse em janeiro deste ano, já foram feitas diversas visitas a países como Argentina, China, Portugal e Emirados Árabes. O professor de relações internacionais Manuel Furriela avalia que a sequência de viagens de Lula ao exterior não significa retorno do Brasil ao cenário global. “Os tratados firmados, os investimentos trazidos e as aberturas de mercado são (os pontos) que vão dar a tônica sobre esse resultado. Por enquanto, nessas viagens realizadas, a única que, efetivamente, teve um caráter muito importante foi a da China, já que foram compromissados acordos tecnológicos e US$ 50 bilhões em investimentos”, diz Furriela. O professor ressalta que o ministro de Relações Exteriores e a diplomacia deveriam falar mais. “Teve o caso da Guerra da Ucrânia, onde, tanto na viagem para a China quanto na de Portugal, o presidente fez colocações que favoreceram o lado russo, sendo que o Brasil tinha no governo anterior, e diz ter no governo atual, uma posição neutra”, afirma o especialista. A reunião do G7 acontece em Hiroshima, no Japão, e reúne as principais economias do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Além disso, outras sete nações, além do Brasil, foram convidadas para o evento: Austrália, Indonésia, Índia, Ilhas Cook, Comores, Vietnã e Coreia do Sul.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos