Ataque militar israelense na Cisjordânia deixa dez mortos e mais de 80 feridos

Um ataque militar de Israel a Nablus, na Cisjordânia, deixou ao menos dez palestinos mortos – um adolescente de 16 anos e nove homens com idades entre 23 e 72 anos – e mais de 80 baleados, informou a Autoridade Palestina, acrescentando que os confrontos na região são frequentes. A Jihad Islâmica disse que um de seus comandantes locais de seu braço militar está entre os mortos. Pelo menos 82 pessoas foram hospitalizadas por ferimentos a bala em diferentes estabelecimentos desta grande cidade palestina, algumas em estado grave, informou o ministério em um comunicado. O Exército de Israel não se pronunciou sobre o balanço e disse que “não tem qualquer informação para divulgar” sobre a operação. Esta é a incursão mais sangrenta na Cisjordânia desde pelo menos 2005, com um balanço semelhante ao de 26 de janeiro em Jenin, também no norte da Cisjordânia, onde dez palestinos foram mortos. O Exército israelense anunciou pouco antes das 10h30 (5h30 de Brasília) uma operação em Nablus, mas não revelou detalhes. Os soldados deixaram a cidade quase três horas depois, de acordo com os correspondentes. A última grande operação israelense em Nablus foi em outubro de 2022. Cinco palestinos foram mortos em um ataque ao grupo armado Aren al-Usud (“Cova dos Leões”) baseado na cidade. Em mensagem postada no Telegram, o movimento disse que participou dos confrontos com as forças israelenses e travou “uma batalha de honra”. Os funerais palestinos serão à tarde.

Nos últimos meses, as tropas israelenses aumentaram suas operações apresentadas como “antiterroristas” para procurar “suspeitos” no norte da Cisjordânia — em particular nas cidades de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados. Esses últimos confrontos ocorrem em meio a uma escalada da violência desde o início do ano na Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967 por Israel. No final de janeiro, dez palestinos, incluindo combatentes e um civil de 60 anos, foram mortos em uma operação no acampamento de refugiados palestinos de Jenin, a mais sangrenta em anos. Em seguida, foram registrados tiroteios entre grupos armados na Faixa de Gaza e o Exército israelense, além de um ataque em Jerusalém Oriental. “Impedir mais violência é uma prioridade urgente”, afirmou na segunda-feira (20) Tor Wennesland, mediador da ONU para o Oriente Médio. Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino já matou mais de 50 palestinos, incluindo membros de grupos armados e civis e também menores, nove civis israelenses, entre eles três menores, e um ucraniano, de acordo com um balanço  com base em fontes oficiais israelenses e palestinas.

*Com informações da AFP