B3 migrará central de renda variável para ambiente integralmente em nuvem

A B3, bolsa do Brasil, irá modernizar sua infraestrutura de tecnologia prevendo as demandas e o crescimento do mercado de capitais estimados para os próximos 15 anos. O projeto, que será realizado em parceria com a empresa sueca Vermiculus, levará a central depositária da B3, um ambiente responsável pela manutenção e tratamento dos ativos de renda variável, para um ambiente 100% na nuvem. A previsão é que a migração aconteça até 2025.

“A plataforma em nuvem vai permitir que a B3 aplique as tecnologias mais modernas e se antecipe a um aumento de demanda e ao esperado desenvolvimento do ecossistema de investimentos no Brasil. A nova realidade do mercado financeiro e as perspectivas para o futuro pedem uma estrutura inovadora, com capacidade escalável, mais ágil e com suporte para depósito de novos tipos de ativos”, explica Viviane Basso, vice-presidente de Operações – Emissores, Depositária e Balcão da B3.

A central depositária foi implantada inicialmente em 2004. É nesta central que ficam armazenados os ativos, como ações, fundos imobiliários e BRDs. Além de garantir a guarda dos ativos, a central é é responsável pelo histórico e consistência das informações (quantidade de ativos por investidor, datas de transações e valores, por exemplo) e processos relacionados aos ativos, como pagamento de dividendos, juros sob capital próprio (JCP), ônus e gravames, portabilidade dos ativos dos investidores, voto a distância em assembleias das companhias listadas, entre outros.

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Agora com a modernização na nuvem, a B3 conseguirá acelerar o lançamento de iniciativas e outras demandas de clientes. Segundo Viviane, a plataforma também estará disponível para outras infraestruturas, garantindo robustez e segurança para os participantes, como investidores, corretoras e bancos de investimento, emissores e regulador.

A B3 explica que a central depositária com tecnologia em nuvem será criada no modelo ágil e prevê entregas faseadas. A transformação será de dentro para fora, o que não deve impactar os clientes, mantendo as interfaces atuais. O objetivo é que os serviços da atual depositária continuem sendo utilizados normalmente pelos participantes do mercado, e que os benefícios da nova plataforma sejam obtidos ao longo do tempo.

Segundo Rodrigo Nardoni, vice-presidente de Tecnologia e Cibersegurança da B3, a evolução da depositária faz parte do processo de transformação digital pelo qual a companhia tem passado nos últimos anos. “A B3 tem o papel e a responsabilidade de fornecer uma estrutura capaz de atender um dos principais mercados do mundo. Por isso, estamos sempre atentos ao que há de mais inovador para os nossos clientes e parceiros. No ano passado, anunciamos uma parceria com a Oracle e a Microsoft, com objetivo de migrar alguns de nossos serviços para a nuvem e, agora, damos mais um passo importante com a depositária”, afirma Nardoni.