Banco Central divulga ata, aponta para incerteza nos EUA e indica que próximos ajustes dependerão do governo

O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (12) a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) detalhando a decisão de aumentar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. A elevação reflete a necessidade de uma política monetária mais restritiva para tentar conter a inflação e aproximá-la da meta, segundo o BC. A decisão do comitê representa uma aceleração no ritmo de aumento dos juros, já que a alta anterior foi de 0,25 ponto percentual. O Copom indicou que os próximos ajustes dependerão das medidas fiscais do governo e da estabilidade econômica. A ata destacou que o aumento da Selic foi necessário para fortalecer a credibilidade do BC em controlar a inflação e enfatizou o compromisso com a convergência da inflação à meta.

Em um cenário de incertezas econômicas e políticas, o BC alertou que a execução de medidas fiscais estruturais pelo governo pode melhorar as projeções inflacionárias e impactar o nível de juros. A estabilidade das contas públicas é vista como essencial para a contenção dos preços no longo prazo. O BC também observou que o cenário internacional, principalmente a política monetária nos Estados Unidos, afeta o Brasil, gerando volatilidade nos preços de ativos e aumentando o prêmio de risco. Com isso, o Copom reforçou a cautela na condução da política monetária, considerando o impacto de eventos externos e a possibilidade de uma taxa de juros neutra mais elevada se as reformas estruturais e a disciplina fiscal forem negligenciadas.

As projeções para a inflação foram revistas para cima. O BC agora estima uma inflação de 4,6% para 2024 e 3,9% para 2025, ambos acima da meta de 3% estabelecida para esses anos. O objetivo do BC é trazer a inflação de volta à meta até o segundo trimestre de 2026.

*Reportagem produzida com auxílio de IA