Bancos digitais são os preferidos dos brasileiros de até 35 anos

Os brasileiros mais jovens, com idades entre 18 e 35 anos, priorizam os bancos digitais como instituição financeira principal, revelou novo estudo da fintech Mambu. O país é o único da América Latina em que mais da metade (54%) dos jovens preferem esses bancos aos tradicionais.

Na Argentina, segunda colocada no comparativo da região, apenas 21% dos jovens priorizam os neobancos.

A pesquisa também revelou que os brasileiros são os que mais usam produtos financeiros na América Latina. Em média, são cerca de três produtos. O estudo avalia que esse cenário surpreende tendo em vista a alta bancarização da população, com 70% dos adultos tendo acesso a bancos.

A tendência é que em países com maior acesso aos bancos a necessidade de adquirir soluções extras e até procurar por outras instituições financeiras seja menor. Essa adoção se daria, portanto, pela maturidade tecnológica do mercado brasileiro.

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“A tendência, com maior bancarização, é uma menor necessidade no uso de produtos e serviços. O sistema financeiro brasileiro, porém, é muito peculiar e complexo na comparação com seus pares da América Latina”, analisa Laércio Fogaça, head de engenharia de soluções da Mambu na América Latina.

Produtos

Ao avaliar os resultados da América Latina, o estudo identificou a correlação entre o uso de neobancos e o aumento da demanda de produtos: em média, os que têm um neobanco como instituição financeira principal usam 3,1 produtos e 8,6 serviços – acima da média dos que usam bancos tradicionais, com 2,6 produtos e 7,6 serviços por pessoa.

Os pagamentos são os serviços financeiros mais populares na região, com 62% dos respondentes da América Latina selecionando como opção. Na sequência, aparecem o aplicativo bancário (55%), seguido pelo recebimento da folha de pagamento (51%). Já entre os produtos, os cartões de débito (74%), contas poupança (57%) e cartões de crédito (35%) foram os mais populares.

De acordo com o estudo, os consumidores de países mais bancarizados demandaram mais contas de poupança e cartões de débito, enquanto nos desbancarizados a procura foi além desses dois produtos, chegando às contas correntes, carteiras digitais, contas de crédito e depósito.

No Brasil, segundo país mais bancarizado depois do Chile, os três serviços financeiros mais utilizados foram pagamento de contas (69%), seguido por pagamentos em geral (67%) e pelo serviço de aplicativo bancário (67%), enquanto cartões de débito (69%), conta corrente (55%) e conta poupança (52%) lideraram entre os produtos.