Maioria dos brasileiros prefere livros impressos a eletrônicos, indica pesquisa

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O avanço dos meios digitais parece não ter conquistado por completo os hábitos de leitura dos brasileiros. Uma pesquisa realizada pela Two Sides indica que, em 2023, 64% dos consumidores no País disseram preferir a leitura de livros impressos. Trata-se de um avanço quando comparado ao ano de 2021, quando a pesquisa mostrou que apenas 37% dos brasileiros preferiam os livros em papel.

O recorte brasileiro faz parte do estudo Trend Tracker Survey 2023 feito com mais de 10 mil pessoas em 16 países. No Brasil, foram ouvidas mil pessoas. De acordo com a pesquisa, apenas 29% dos leitores preferem ler em dispositivos eletrônicos.

Já em relação ao jornais e revistas, embora prevaleça a leitura no formato digital, houve melhora na percepção e preferência pelo impresso após a pandemia, já 7% se disse indiferente ao formato.

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“O número de pessoas que preferem o livro em papel cresceu mais de 70% desde a pandemia, o que consolida o formato impresso como o melhor na opinião dos consumidores”, afirma Fábio Mortara, presidente de Two Sides Brasil e América Latina. “No caso dos livros, os leitores não aderiram à tendência de uso de dispositivos eletrônicos verificada para acessar outros tipos de comunicação, como jornais e revistas”, explica.

Em relação aos veículos de comunicação, embora a escolha da maioria seja pela leitura nos dispositivos eletrônicos, o percentual de consumidores que passou a preferir a publicação impressa desde a pandemia mais do que dobrou no caso de revistas – de 17% em 2021, para 35% em 2023 –, e aumentou cinco pontos percentuais no caso dos jornais, com 14% das preferências.

Entretanto, o presidente de Two Sides Brasil explica que há um movimento de migração para o formato digital quando se trata dos veículos de comunicação, pois 73% dos entrevistados afirmam que pretendem ler mais notícias online no futuro, mas 29% consideram que a compreensão da notícia é melhor no formato impresso – assim como 56% acreditam que crianças aprendem mais ao ler materiais impressos.

Volta dos livros impressos

O estudo também observou que os entrevistados mostraram privilegiar o papel quando o assunto são exames e relatórios de saúde. No caso de exames, 50% preferem hoje a versão impressa, comparativamente a 19% em 2021. Já o digital marca ainda a preferência pelo uso de documentos eletrônicos como declarações fiscais e impostos, contas, extratos e catálogos de produtos.

O estudo avalia que um dos motivos da rejeição crescente do digital estaria no avanço da propaganda digital. Segundo a Trend Tracker Survey 2023, 39% dos entrevistados no Brasil não prestam atenção aos anúncios online, percentual superior aos 35% registrados em 2021. Esse mesmo número de consumidores informa fazer o possível para bloquear ou evitar os anúncios online, enquanto 21% tendem mais a reagir ao anúncio impresso e confiam mais nele.

“Anúncios invasivos, que interrompem a leitura das informações no ambiente eletrônico, vêm causando uma rejeição maior à publicidade digital do que o verificado antes da pandemia, e este comportamento está alinhado à melhoria da preferência dos consumidores pelos materiais impressos desde a pandemia, conforme verificamos nesta pesquisa realizada tanto no Brasil quanto em outros 15 países”, observa Manoel Manteigas, diretor técnico de Two Sides Brasil.

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