Cabelo Maluco vira caso de polícia em São Paulo
Excesso de cola e ferimentos, produtos nocivos à saúde e exageros, foram algumas das cenas que marcaram a semana passada com o “Dia do Cabelo Maluco”, uma brincadeira que deveria entreter as crianças, mas acabou virando uma competição entre os pais. E um desse casos virou motivo de boletim de ocorrência e investigação da polícia em São Paulo (SP), de uma mulher contra o ex-marido sob suspeita de maus-tratos ao filho de cinco anos. Tudo porque, na data específica que o garoto deveria ir para a escola com o cabelo diferente, era o dia de visita ao pai. Então o combinado foi de preparar a criança para ela participar da interação proposta na unidade escolar. Mas, em vez de arrumar o cabelo do menino de maneira criativa, o pai, de acordo com o relato da mãe à polícia, raspou toda a cabeça da criança sem consentimento dela, como uma maneira de retaliação. Para preservar a criança, a coluna não dará nomes aos envolvidos, mas conforme o que foi apurado por este colunista, o pai teria tomado essa atitude depois que teve uma decisão desfavorável da justiça pelo atraso de pensões uma semana antes do Dia das Crianças.
Zangado com a determinação dos pagamentos retroativos, com a própria máquina, raspou o cabelo do filho. Para a surpresa da mãe, quando foi buscar o menino na escola, viu que a criança não estava mais da maneira como ela tinha a deixado. O que mais chamou a atenção dela, é que o garoto não tinha algum tipo de enfeite ou adereço na cabeça, assim como os outros amiguinhos naquela data. Ao questionar o filho, ele respondeu: “o papai raspou minha cabeça, mas eu não gostei”. Desde então, ela afirma que a criança teve uma mudança de comportamento evitando até mesmo de se olhar no espelho. “Não há outro motivo para pensar que isso não tenha sido uma maneira de retaliação quando a justiça determinou o pagamento atrasado da pensão”, afirmou a mãe.
Ainda segundo ela, se o garoto tivesse com uma tinta ou algo que fosse capaz de gerar uma identificação de que o propósito era ter algo dentro do contexto de criatividade para o cabelo, não levantaria tanta suspeita. “Até mesmo em trotes universitários essa prática de raspar o cabelo foi abolida por gerar traumas, imagina com uma criança de cinco anos.” Agora o caso seguirá uma investigação com probabilidade de responsabilização do pai. Ele pode perder o direito de ficar sozinho com a criança, podendo vê-la somente por visita assistida.