Call Center do ‘Povo de Israel’ nos presídios é desarticulado no Rio de Janeiro

“Estou com seu filho, se não fizer o pagamento do resgate agora vou matá-lo” ou “estou em frente ao seu comércio, se não pagar vou atirar para todo lado” são algumas das frases usadas pelos bandidos para aterrorizar as pessoas em busca de dinheiro. A Operação 13 Aldeias, realizada nesta manhã pelos agentes da Delegacia Antissequestro (DAS), foi às ruas para cumprir 44 mandados de busca e apreensão com o objetivo de desbaratar o esquema criminoso gerido por Call Centers de dentro das prisões do Rio de Janeiro. Com os falsos sequestros e taxas, os bandidos, em posse de celulares mesmo atrás das grades, teriam movimentado, entre janeiro de 2022 e maio deste ano, quase R$ 70 milhões.

Conforme as investigações, a quadrilha com mais de 18 mil membros, chamada “Povo de Israel”, criou “aldeias” no sistema prisional e, ao longo de 20 anos, veio se fortalecendo com os golpes. Além de presos que fazem parte da facção, também foram identificados, por meio do trabalho da polícia, cinco policiais penais que contribuíam levando celulares para distribuir aos detentos que fazem parte da rede. Os líderes da organização criminosa alvos da operação que operam os golpes são: Marcelo Oliveira, o Tomate; Avelino Gonçalves, o Alvinho; Ricardo Martins, o Da Lua; e Jailson Barbosa, o Nem. De acordo com a Polícia Civil, 1.663 pessoas físicas e 201 empresas foram utilizadas para lavagem de dinheiro do bando.

As ações da polícia estão sendo realizadas em Copacabana e Irajá, na capital carioca, e nos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra, e também no Estado do Espírito Santo. A Polícia Penal também está atuando nos presídios. Fundado em 2004 por renegados de outras facções, o “Povo de Israel”, com o passar dos anos, criou uma verdadeira indústria de extorsões com o uso de celulares nas unidades prisionais. De acordo com a polícia, muitos dos criminosos que fazem parte do grupo são estupradores e pedófilos.