Câmara vai discutir projeto para barrar compra de energia da Venezuela

A Câmara dos Deputados vai discutir um projeto de lei que visa autorização do Congresso Nacional para poder comprar energia de outro país. A proposta, que foi protocolada pelo deputado federal Nicoletti (União Brasil-RR), é uma reação contrária ao anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Brasil voltar a comprar energia da Venezuela. De acordo com Nicoletti, o projeto diz que o governo só poderá “comprar energia de outro país que esteja em débito há mais de três meses com relação a qualquer tipo de dívida” com o Brasil. “E sabemos que a Venezuela deve mais de R$ 6 bilhões. Queremos impor para que passe pelo Congresso e que não tenha essa decisão apenas por um governo passivo, por um governo que apoia um genocida, um ditador que é o Maduro”, disse o parlamentar. Nicoletti acredita que o projeto será bem recebido pelos parlamentares diante da repercussão negativa da visita do presidente venezuelano Nicolás Maduro ao Brasil e do apoio de Lula ao país vizinho. “É um desrespeito com a sociedade brasileira querer comprar essa energia. É um desrespeito vir um presidente que está acusado de narcotráfico mundialmente e pedir recurso ao presidente Lula”, acrescentou o deputado. No Senado, durante sessão plenária, o senador Doutor Hiran (PP-RR) defendeu moção de desagravo ao governo Lula. “Só nós que vivemos em Roraima sentimentos o impacto daquela emigração que já gerou a saída de mais de 6 milhões de venezuelanos, que hoje vivem a vagar pelo mundo”, discursou. Assim que Lula anunciou que o Brasil iria voltar a comprar energia da Venezuela, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que, com a decisão política tomada, a pasta já vai começar um estudo de viabilidade técnica e econômica. Roraima é o único Estado do país que não faz parte do sistema interligado nacional e, durante anos, dependeu de energia da Venezuela. O país parou de enviar energia a Roraima desde março de 2019 e, desde então, o trabalho é feito por termelétricas da Roraima Energia.

*Com informações da repórter Paula Lobão.