Central sindical da Argentina convoca greve geral contra ‘megadecreto’ de Milei

O principal sindicato trabalhista da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), convocou uma greve geral em retaliação aos decretos de Javier Milei que desregula vários setores da economia. A mobilização, aprovada por unanimidade no Comitê Central Confederal, está prevista para dia 24 de janeiro e durara 12 horas. No dia também deve haver uma manifestação na Praça do Congresso, em Buenos Aires. De acordo com um comunicado do órgão, também foi convocada uma manifestação em frente ao Congresso Nacional, entre outras medidas de protesto para esse dia. “Isso tem a ver e é uma resposta ao Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) de características ilegais e inconstitucionais. Não há necessidade nem urgência de aparecer com tantos artigos que revolvem a matriz administrativa de nosso país”, disse o líder Héctor Daer, em entrevista coletiva. “As medidas do governo têm como objetivo os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores”, alertou Daer.

Já o líder do Sindicato dos Caminhoneiros, Pablo Moyano, considerou que as medidas aprovadas por Milei representam um “retorno ao menemismo”, em referência à ideologia política do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), um peronista, mas com ideias neoliberais. Os detalhes da manifestação vão ser decididos no dia 10 de janeiro, contudo, já se sabe que o interesse dos protestantes é de realizar uma marcha em direção ao Congresso a partir do meio-dia, o que irá testar mais uma vez os limites do protocolo antiprotestos estabelecido pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Segundo Héctor Daer, um dos membros da CGT, a mobilização é uma resposta ao Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) e a Lei Ônibus de Milei, enviada ao Congresso nesta quarta-feira, 27. “Temos que derrubar o decreto de Milei nos tribunais, na política e nas ruas”, disse Daer. A data da manifestação é um dia antes do partido governista colocar em pauta no Congresso o megaprojeto de lei, que prevê reformas no Estado, como privatização, condenação a manifestantes, reforma eleitora, aposentadoria, entre outros.

*Com informações das agências internacionais