CEO da empresa do submersível desaparecido debochou da necessidade de segurança: ‘Puro desperdício’

Stockton Rush, CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submersível que está desaparecido no Oceano Atlântico desde domingo, 18, – ele realizava uma expedição pelo Titanic – debochou da segurança necessária para realizar essas expedições e disse que era um desperdício. Rush é um dos passageiros do submersível Titan. “Você sabe, em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício. Quero dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama, não entre no seu carro, não faça nada. Em algum momento, você vai correr algum risco, e é realmente uma questão de risco-recompensa”, disse durante participação no programa Unsung Science, do jornalista David Pogue, da CBS, que participou da expedição ao Titanic no ano passado. Em 2019, Stockton também informou que a indústria de submersíveis como “obscenamente segura” e reclamou que a regulamentação para este tipo de embarcação de passageiros atrasa a inovação. “É obscenamente seguro, porque eles têm todos esses regulamentos. Mas também não inovou ou cresceu porque eles têm todos esses regulamentos”, afirmou Rush à ‘Smithsonian Magazine’.

A empresa chegou a ser alertada, em 2018, por um ex-funcionário sobre problemas de “controle de qualidade e segurança” no submersível Titan, segundo documentos judiciais obtidos pela imprensa americana, obtidos pela com a revista ‘The New Republic’. Porém, a questão foi ignorada e David Lochridge, então diretor de operações marítimas da empresa, foi demitido e processado por supostamente divulgar informações confidenciais sobre o Titan. Lochridge havia informado que os passageiros corriam perigo conforme o veículo atingisse temperaturas mais profundas por conta da pressão sobre a estrutura do Titan. “Os passageiros pagantes não teriam conhecimento e não seriam informados sobre esse projeto experimental, a falta de testes não destrutivos do casco ou que materiais inflamáveis ​​perigosos estavam sendo usados ​​dentro do submersível”, diz um dos documentos do processo. Na ocasião ele pediu uma inspeção no submersível, mas, ele relata que teve problemas em obter documentos necessários para a realização do trabalho. Outros funcionários também levantaram preocupações sobre a recusa da empresa em conduzir testes críticos e não destrutivos do Titan. Nesta quinta-feira, 22, a operação de busca entrou em uma fase crítica, pois se estima que o oxigênio reserva que serve para abastecer os passageiros vivos por 96 horas, tenha acabado pela manhã. Mas, mesmo assim, as operações de buscas continuam, porém, até o momento, nada foi localizado, a não ser ruídos subaquáticos, porém sua origem ainda não foi identificada.