Chuvas atrapalham blocos, trazem riscos de doenças e colocam motoristas em perigo durante o Carnaval

As chuvas tiraram o sossego dos foliões que curtiram o Sábado de Carnaval nos Estados do Sudeste. Temporais derrubaram árvores, causaram pontos de alagamento em diversas cidades e prejudicaram o andamento dos blocos. Em São Paulo, uma chuva de granizo na região central dispersou os frequentadores de “bloquinhos” como Tarado Ni Você, Minhoqueens e Agrada Gregos. Quando a água que havia sido prenunciada pelos trovões começou a cair, muitos correram, tentando se abrigar debaixo de lonas, viadutos ou outras estruturas cobertas. Os que ficaram se expuseram ao risco de doenças como leptospirose, doença infecciosa causada por uma bactéria presente na urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem principalmente nas enchentes.

O Carnaval está sendo chuvoso no Sudeste devido à chegada de uma frente fria, associada à formação de um sistema de baixa pressão e de um ciclone na costa brasileira. Todos os Estados devem sofrer com temporais durante os dias de folia, em especial o leste do Estado de São Paulo, o sul do Rio de Janeiro e a Zona da Mata de Minas Gerais. Há risco de alagamentos, transbordamentos e deslizamentos de terra. “Neste domingo, os maiores acumulados de chuva devem se concentrar entre a madrugada e o início da tarde”, alerta o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Cidade de São Paulo (CGE-SP). O volume de chuva já causou o adiamento tradicional Carnaval de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, e em Formiga, no Centro-Oeste de Minas.

Motoristas que trafegam em vias alagadas, sobretudo aquelas em áreas de encosta, devem redobrar a atenção. Destino de milhares de turistas durante os dias de folia, o litoral norte paulista fica à beira da Rio-Santos, rodovia federal com diversas montanhas. A estrada chega até a costa sul fluminense, onde no ano passado houve sérios problemas de deslizamento durante o verão, sobretudo em Paraty. Em Ouro Preto, cidade histórica mineira que prevê a circulação de 40 mil pessoas até terça-feira, 21, tem 55% de seu terreno em montanhas.

Para quem trafega nas cidades, o ideal é manter distância do veículo à frente, parar em local seguro se faltar visibilidade e evitar o faro alto para não atrapalhar outros motoristas. Atenção aos pneus, pois a má condição deles é receita para acidentes. Para os motociclistas, é aconselhável nunca enfrentar a chuva. Se a viagem for imprescindível, deve utilizar capacete com viseira adequada ou óculos de proteção, capa de chuva, jaqueta com proteções, luvas e botas. Quem pega estrada deve evitar parar em acostamentos, pois isso confunde os outros motoristas. Se houver aquaplanagem em algum trecho da rodovia, mantenha tranquilidade e evitar frear o veículo.