Cibersegurança não recebe atenção de grupos de ESG, alerta KPMG

A cibersegurança tem desempenhado um papel cada vez mais importante na construção da confiança e reputação das marcas. No entanto, ela é pouco representativa dentro das cadeiras executivas do ESG. Um novo levantamento da KPMG, o “Insights sobre confiança cibernética 2022”, questionou executivos de organizações globais sobre como as suas empresas reconhecem a conexão entre a confiança digital e a pauta ambiental, social e de governança (ESG).

Menos de um em cinco disse que a equipe CISOs é parte integrante do grupo de ESG. Além disso, 50% relataram que eles desempenham um papel muito limitado ou nenhum papel em ESG.

As conclusões do estudo conflitam com a percpeção dos próprio executivos a respeito de temas como confiança e reputação, com 30% dos líderes reconhecendo que o aumento da confiança incrementa os lucros.

Além disso, 65% deles informaram que os requisitos de segurança das informações são moldados pelas necessidades de compliance em vez de ambições estratégicas de longo prazo. O estudo ouviu 1.881 executivos de organizações globais buscando relacionar a segurança cibernética e a privacidade com percepção de confiança e o impacto disso nas empresas.

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“Cada vez mais, as empresas reconhecem o valor da confiança. Em um ambiente incerto e em constante mudança, os clientes, os funcionários e os investidores valorizam aquelas organizações nas quais eles sabem que podem confiar. Para construir, fortalecer e manter esse sentimento, é essencial que as diversas áreas atuem em harmonia, entregando ao cliente a consistência e a imagem unificada que ele tanto valoriza”, afirma o sócio-líder de segurança cibernética e privacidade da KPMG no Brasil e na América do Sul, Leandro Augusto.

Para o sócio de segurança cibernética e privacidade da KPMG no Brasil, Klaus Kiessling, a segurança cibernética e a privacidade desempenham papel-chave na construção e na manutenção da confiança das empresas em um momento crítico para elas. “As empresas estão aumentando a coleta de dados, expandindo o uso de tecnologias como a inteligência artificial e o aprendizado de máquina adotando a pauta ambiental, social e de governança (ESG), ao mesmo tempo em que precisam se adequar às normas regulatórias extremamente complexas”, conclui.

O estudo da KPMG também recomenda cinco passos cruciais para a construção da confiança por meio da segurança cibernética. São eles: tratar a privacidade e a segurança cibernética como assunto da máxima importância; construir alianças internas; reimaginar o papel dos diretores de segurança da informação; garantir o apoio da liderança; e atuar em sinergia com o ecossistema.