Cisco completa 30 anos no Brasil e 3 anos de Ricardo Mucci à frente da empresa

No dia 31 de maio, Ricardo Mucci, presidente da Cisco no Brasil, tem motivos dobrados para celebrar. Além de comemorar seu aniversário, ele marca três anos à frente da empresa, em um período de transformação significativa nos negócios da gigante de tecnologia.

Apesar de ter reportado queda de 5% em seu resultado líquido no segundo trimestre fiscal de 2024, quando comparado a igual período do ano passado, somando US$ 2,6 bilhões, Mucci aponta que a América Latina se destacou como a melhor região globalmente em desempenho, com o Brasil alcançando resultados excepcionais.

“Nossos resultados foram espetaculares no último trimestre do ano calendário. Como empresa, estamos passando por transformações significativas, especialmente no que diz respeito ao software. Investimos em aquisições estratégicas, como a Splunk, que representou um investimento de mais de US$ 28 bilhões e estamos em processo de confirmação pelas autoridades reguladoras para finalização do negócio. Além disso, estamos fortalecendo nossa presença em cibersegurança e observabilidade, com iniciativas com a Accedian e o lançamento do Accedian Skylight para gestão e monitoramento de infraestrutura”, resumo o executivo.

Segundo ele, além de olhar para aquisições e inovações em torno de tecnologias como inteligência artificial (IA), a Cisco segue investindo em seu portfólio de infraestrutura, com foco especial em tecnologias ópticas para suportar o crescimento exponencial das redes, impulsionado pelo advento do 5G e pela crescente demanda de serviços de nuvem. “Estamos comprometidos em garantir que nossa rede e infraestrutura de conectividade estejam preparadas para enfrentar os desafios de hoje e do futuro, fortalecendo nosso investimento nessa área em constante crescimento”, conta.

O executivo ressalta o foco da Cisco em apoiar seus clientes na modernização de infraestrutura, especialmente com a adoção do Wi-Fi 6. As soluções de Wi-Fi da Cisco integram IA para otimização de canal e monitoramento do comportamento das redes, proporcionando uma experiência de conectividade superior, explica.

Quando o assunto é cloud, a empresa tem evoluído sobremaneira. Recentemente, a Cisco firmou aliança com a Nutanix para acelerar implementações híbridas multicloud com a oferta de uma solução hiperconvergente para modernização de TI. De acordo com as empresas, a parceria busca responder aos desafios que as organizações de TI têm enfrentado com preocupações acerca da sustentabilidade e segurança diante da complexidade de várias nuvens.

Evolução da inteligência artificial na estratégia da Cisco

A Cisco tem implementado IA e machine learning em suas soluções de cibersegurança. Com o aumento dos ataques cibernéticos, especialmente com a perspectiva da tecnologia quântica, a IA se torna uma ferramenta poderosa para lidar com ameaças complexas.

Nesse cenário, revela Mucci, a tecnologia Extended Detection and Response (XDR) da Cisco consolida plataformas de gestão da empresa, fornecendo uma visão abrangente e ações automatizadas. “Além disso, a IA é fundamental na área de observabilidade, permitindo uma visão preditiva do comportamento das aplicações e facilitando as tomadas de decisão proativas.”

Mucci lembra que a discussão sobre inteligência artificial tem ganhado destaque, sendo objeto de amplo debate no Brasil. Enquanto alguns defendem a não regulamentação, outros argumentam a favor de uma regulamentação, visando garantir uma utilização ética da tecnologia. “Nosso posicionamento é sobre a importância da ética na aplicação da IA”, pontua ele, acrescentando: “AI é algo do bem, ajudando a nós, humanos, a ter capacidade produtiva de ter o que não podemos”.

O executivo também comenta sobre a recente parceria com a NVIDIA, que reforça a busca da Cisco por excelência em capacidade de processamento, especialmente no contexto da crescente demanda por IA. “Essa colaboração unifica arquiteturas físicas de servidores da Cisco com processadores NVIDIA, oferecendo uma solução abrangente para infraestrutura de IA, tanto on-premise quanto na nuvem”, indica Mucci.

Foco no ecossistema e na experiência

Mucci destaca o modelo de vendas indireta da empresa, via parceiros, o foco na experiência do cliente e na usabilidade como pontos críticos para o sucesso. Com mais de 2 mil canais no Brasil, a Cisco reconhece a importância de garantir que os clientes obtenham o máximo valor de suas soluções, especialmente em um cenário onde a renovação e a inovação são constantes.

Além disso, Mucci ressalta os investimentos significativos da empresa na experiência do cliente, exemplificado pela recente reestruturação liderada por Liz Centoni, que passou a ocupar o cargo de chief customer experience officer (CXO), evidenciando o compromisso da Cisco em priorizar a experiência do cliente em todos os aspectos da sua operação.

Liderança e desenvolvimento de talentos

Fazendo uma reflexão sobre seu papel de líder, Mucci indica que não existe nenhuma história de sociedade no mundo que prevaleceu por muito tempo cujo seu modelo de liderança era por opressão.

Por isso, ele prioriza a criação de um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo, promovendo um senso de pertencimento e colaboração entre os funcionários, independentemente de estarem trabalhando remotamente ou presencialmente. “É preciso equilibrar os aspectos humanos com as métricas de desempenho, já que o sucesso organizacional é alcançado quando se prioriza o bem-estar dos colaboradores.”

A Cisco Brasil também está comprometida em enfrentar o desafio do déficit de profissionais de tecnologia no mercado brasileiro. Como destaca Mucci, “o Cisco Network Academy é o mais programa mais longevo de questões sociais.”
A iniciativa, que completa 25 anos de existência no Brasil, tem transformado vidas ao oferecer formação em tecnologia e garantir altas taxas de empregabilidade para os participantes. Com mais de 700 mil alunos formados, a Cisco está cumprindo sua missão de desenvolver talentos e transformar o ecossistema tecnológico do país. Nos últimos três anos, a empresa intensificou seus esforços para abordar lacunas específicas, como cibersegurança, demonstrando seu compromisso em capacitar profissionais para atender às demandas do mercado em constante evolução.