Claudia Muchaluat celebra transformações à frente da Intel Brasil

Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil. Foto: Wanezza_Soares

Há um ano, no dia 18 de setembro, Claudia Muchaluat assumia a presidência da Intel Brasil com uma visão ousada e determinada. Com vasta experiência em diferentes áreas na IBM e um profundo entendimento do mundo da tecnologia, Claudia encarou o desafio de liderar uma das operações mais importantes da Intel no mundo. Nos primeiros doze meses à frente da empresa, ela não apenas atingiu suas metas e objetivos, mas também deixou uma marca significativa no ecossistema tecnológico brasileiro.

Ao deixar a IBM, depois de 28 anos de casa, a neta de imigrantes sírios trouxe consigo não apenas uma bagagem profissional impressionante, mas também um desejo genuíno de assumir uma mudança de cultura. “A Intel é mais jovem: são 55 anos no mundo e 36 anos no Brasil. Somos ágeis, orientados para experimentação e aprendizado rápido”, destaca ela. Claudia abraçou o desafio e levou para o negócio uma abordagem mais conectada para impulsionar seu crescimento.

Sua decisão de migrar para a Intel foi motivada por um desejo profundo de deixar um legado e impactar positivamente o mundo. Ela acredita que seu propósito e impacto e os da Intel estão intrinsecamente ligados, e a missão da empresa de desenvolver tecnologias que melhorem a vida das pessoas ressoa profundamente com seus valores pessoais.

Na busca pelo crescimento pessoal e profissional, a presidente da Intel compartilha quatro fundamentos que orientam sua jornada. O primeiro destaca a importância de ser protagonista da própria vida, enfrentando desafios com coragem e preparação para adversidades. Ela enfatiza a necessidade de manter o medo como um aliado, não como inimigo, mantendo-se alerta e aberta a aprender e desaprender em um mundo em constante mudança. “Durante a pandemia, investi em autoconhecimento e desenvolvimento, adquirindo conhecimentos em neurociência e física quântica para filtrar pensamentos e manifestar intenções claras”, exemplifica ela.

Em seu segundo ponto, ela ressalta a relação entre crescimento e desconforto. Claudia enfatiza que o desconforto é parte fundamental da evolução pessoal e profissional e que é necessário ressignificá-lo como algo positivo.

O terceiro ponto é a valorização do aprendizado com os erros. Ela acredita que é essencial liberar o medo de errar e abraçar os erros como oportunidades de aprendizado. “Em um mundo em constante mudança, onde não se pode dominar todos os temas, a capacidade de aprender com os erros se torna libertadora e remove limitações.”

Por fim, a presidente destaca a importância da escuta ativa como um quarto ponto-chave. Ela acredita que a prática pode transformar negócios e a sociedade, desde que seja acompanhada pela humildade de mudar de opinião e pela intenção de tomar medidas concretas com base no que foi ouvido. Ela valoriza a aprendizagem constante com sua equipe, clientes e ecossistema, utilizando a escuta ativa como uma ferramenta para evoluir continuamente.

Diversidade e sustentabilidade

Comprometida em promover a diversidade, a inclusão e a equidade, Claudia tem impulsionado o tema nos últimos meses interna e externamente. A empresa tem grupos de afinidade que apoiam comunidades sub-representadas, como o grupo LGBTQIAP+, que tem mais de 30 anos de existência, o grupo de mulheres e o grupo de afrodescendentes. Inclusive, a empresa recebeu reconhecimento em junho por ser uma das melhores empresas para profissionais LGBTWQAPI+.

“Para mudar o planeta, além de ter inovação no DNA, é preciso agregar diversidade de gênero, de vivências. Somente assim teremos um ambiente favorável para que essa troca não óbvia possa funcionar”, reitera ela. A Intel também está focada em promover a diversidade em cargos de liderança, com 40% de grupos subrepresentados nessas posições.

“Venho de uma carreira de STEAM (acrônimo em inglês para as disciplinas Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Fui a única mulher da minha turma de engenharia eletrônica a se formar. Desde o início, desbravo mundos que algumas mulheres já fizeram e tenho de honrar quem abriu os caminhos e pavimentar para as próximas gerações. É minha responsabilidade de trazer à tona alguns grupos sub-representados e liderar pelo exemplo”, avalia.

Claudia atua ainda como mentora de negócios da Endeavor e do Programa Mentorela em uma ação conjunta entre o Movimento Aladas e o Movimento Elas Lideram 2030 (coliderado pelo Pacto Global da ONU no Brasil e ONU Mulheres Brasil).

O tema sustentabilidade também está presente na gestão de Claudia. Um exemplo recente citado por Claudia foi a parceria com a Intel e a Circular Brain, que resultou no projeto Recicla PC. As empresas uniram esforços para reduzir o descarte incorreto de lixo eletrônico por meio de um projeto inovador. O objetivo é educar o público sobre o descarte adequado de dispositivos eletrônicos, ao mesmo tempo em que oferece incentivos para a reciclagem.

Os consumidores podem acessar o site, cadastrar seus dispositivos eletrônicos antigos, como computadores desktop, notebooks e all-in-ones, e receber descontos na compra de novos produtos. O valor do desconto é avaliado com base na qualidade do dispositivo, incentivando a reciclagem mesmo de equipamentos quebrados ou inativos. O projeto possui uma rede de mais de 11 mil pontos de entrega em todo o Brasil, incluindo correios e locais comerciais, que também proporcionam benefícios aos comerciantes locais.

Liderança e inovação

Durante seu primeiro ano como presidente da Intel Brasil, Claudia trabalhou ativamente a importância da inovação tecnológica, com um olhar muito voltado ao mercado. Como parte desse processo, ela acredita que a escuta ativa é fundamental para a transformação do negócio e da sociedade. Ouvir com a intenção de aprender e agir é uma prioridade para Claudia e sua equipe, o que tem gerado resultados positivos para a Intel Brasil.

Nessa jornada, a empresa lançou produtos e soluções de ponta, incluindo processadores premiados e soluções de internet das coisas (IoT) que incorporam inteligência artificial (IA) e 5G. No segmento de data centers, a Intel continuou liderando com eficiência energética e desempenho superior, relata a executiva.

Além disso, a Intel está envolvida em projetos de inclusão social e econômica, como o programa AI for Youth, que capacita jovens em inteligência artificial. Claudia lembra que o Brasil é um dos países do mundo que mais irão contratar profissionais em AI e tem um gap de 500 mil profissionais em tecnologia. O programa AI for Youth chegou ao Brasil em junho como parte da ambiciosa meta da gigante de tecnologia de capacitar, até 2030, 30 milhões de estudantes em 30 países, em parceria com 30 mil instituições. Em solo nacional, o Centro Paula Souza é a primeira aliança para fomentar o ensino de IA.

“O Brasil é uma das dez operações mais importantes da Intel no mundo e manter o protagonismo da operação é uma responsabilidade e um privilégio enorme. Tivemos muitas conquistas interessantes nesses últimos 12 meses. Minha missão segue sendo potencializar a Intel por meio do ecossistema, por meio de um programa sofisticado de parceiros, ter uma visão de fora para dentro, buscando soluções a partir da dor do cliente ou parceiro, manter nossa liderança no mercado de games e ter um olhar bastante aprofundado para ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa)”, detalha.

A indústria de games mencionada por ela está se destacando como uma força econômica significativa, impulsionada pela monetização e crescimento constante. Com um faturamento de US$ 219 bilhões, segundo levantamento divulgado pela Euromonitor, e uma projeção de crescimento de 60% até 2026, visando alcançar US$ 320 bilhões, é evidente que esse setor está em ascensão. O Brasil se destaca como líder em receita na indústria e é o quinto maior mercado global em número de jogadores. Além disso, a expectativa de ter 4 bilhões de gamers em todo o mundo até 2025 é impressionante. Com três em cada quatro pessoas no Brasil jogando em algum dispositivo, a Intel reconhece o potencial desse segmento e atua para desempenhar um papel ativo nesse mercado em expansão.

A estratégia de sucesso da Intel com Claudia à frente dos negócios inclui ainda parcerias com instituições de pesquisa e universidades para desenvolver talentos e impulsionar a inovação em IA, indústria 4.0 e saúde. A empresa demonstrou também seu compromisso com a sustentabilidade, por meio de projetos como o Solar Hub, que promove a educação, a telemedicina e o empreendedorismo na região amazônica, enquanto monitora o desmatamento.

O Solar Hub, estrutura conectada via rádio criada pela Dell, Computer Aid International, com apoio da Intel, e suporte da Fundação Amazônia Sustentável (FAZ), foi construído com dois contêineres desativados e ligados por uma sala central, de madeira na comunidade Boa Esperança, às margens do Madeira, de onde pode ser alcançado por cerca de outras 11 comunidades próximas, incluindo indígenas, dos povos Mura, Tenharim e Apurinã.

Outro projeto de destaque citado pela executiva é a assinatura de um memorando de entendimento com o chileno Grupo Sonda para impulsionar a transformação digital na América Latina. O acordo é o primeiro que a Intel assina com uma empresa originária da região e acontece 20 anos após a fabricante de chips investir na Sonda por meio da Intel Capital, divisão de capital de risco da companhia.

Segundo Claudia, a Intel está focada em transformar seu negócio no Brasil, indo além do hardware. Para isso, a empresa investiu em três centros de pesquisa avançada, concentrados em inteligência artificial, saúde e cidades inteligentes. Cada centro é colaborativo, envolvendo empresas líderes em seus setores e universidades para reduzir a falta de mão de obra especializada.

Perspectivas para o futuro na liderança de Claudia Muchaluat

Para o próximo ano, Claudia revela que a Intel está comprometida em manter sua liderança nos segmentos em que atua, e para isso, foca em aprofundar suas proposições de valores e revisitar a segmentação de seus clientes.
O ano de 2024 será marcado por uma maior dedicação à execução dessas estratégias, visando combinar sua atuação para oferecer uma proposição de valor mais efetiva. “Mantemos também um forte compromisso com ESG, reconhecendo a importância de contribuir para o ecossistema e atender a todos os stakeholders. A agenda consistente de ESG e o desenvolvimento de projetos de referência mundial são prioridades”, adianta ela.

No coração de sua liderança está a ideia de que o desconforto é o caminho para o crescimento, e Claudia tem demonstrado coragem, resiliência e uma paixão pela tecnologia que continuarão a moldar o futuro da Intel Brasil. Com seu compromisso com a diversidade, a inovação e o propósito, ela está deixando uma marca indelével na empresa e no ecossistema tecnológico brasileiro.

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