Comissão da ONU diz ter provas de ‘crimes de guerra’ cometidos por Israel e Hamas

A comissão permanente de inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre violações dos direitos humanos nos Territórios Palestinos e em Israel disse ter recolhido e preservado “provas de crimes de guerra cometidos por todas as partes” desde o início da ofensiva do Hamas no último sábado, 7. “Já existem provas claras de que podem ter sido cometidos crimes de guerra na última explosão de violência em Israel e Gaza, e todos aqueles que violaram o direito internacional e atacaram civis terão de ser responsabilizados pelos seus crimes”, alerto a comissão. Além disso, a ONU também declarou que o cerco total da Faixa de Gaza anunciado pelo governo de Israel é “proibido” pelo direito internacional humanitário. “A imposição de cercos que põem em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais à sua sobrevivência, é proibida pelo direito internacional humanitário”, disse Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos. “Qualquer restrição à circulação de pessoas e de bens, visando a um cerco, deve ser justificada por necessidades militares. Caso contrário, pode constituir uma punição coletiva”, continuou o alto comissário.

Türk tabmém disse estar chocado com “os relatos de execuções sumárias de civis” e de “massacres horríveis” que foram cometidos pelo Hamas. O alto comissário pediu ainda que o grupo liberte “de imediato, e sem condições, todos os civis capturados”. “A tomada de reféns é proibida pelo direito internacional”, frisou Türk. Na segunda-feira, 12, o ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou um “cerco total” à Faixa de Gaza. “Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás, tudo fechado”, disse o ministro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu a abertura de um corredor humanitário para a Faixa de Gaza. “É necessário um corredor humanitário para levar material médico essencial para a população”, declarou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em Genebra. Segundo ele, a organização está trabalhando nisso com vários atores institucionais.

*Com informações da AFP