Comissão do Senado aprova indicação de Galípolo e Aquino para diretorias do Banco Central; Plenário deve deliberar ainda hoje

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou nesta terça-feira, 4, as indicações do economista Gabriel Galípolo e do advogado Ailton de Aquino Santos para a diretoria do Banco Central. Os nomes ainda precisam ser aprovados em Plenário pelos senadores. Na pauta do dia da Casa, está prevista a deliberação das autoridades sabatinadas. A sessão terá início às 14h. Considerado braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na pasta, Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela PUC de São Paulo. Ele demonstrou afinidade com a visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à condução da taxa de juros. Em diversas entrevistas, o economista afirma que Lula tem autoridade para questionar a taxa Selic, uma vez que recebeu mais 60 milhões de votos e tem experiência no assunto. Ele também teceu críticas ao teto de gastos e participou da produção do novo arcabouço fiscal. Caso aprovado, o ex-braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irá assumir a Diretoria de Política Monetária. Além disso, Ailton de Aquino Santos irá para Diretoria de Fiscalização.

A indicação dos nomes foi feita no começo de maio. Haddad declarou que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre ambos e recebeu a aprovação dos escolhidos. “Nós estamos procurando entrosamento e todo mundo é testemunha do esforço que vem sendo feito de parte a parte. Queremos uma coordenação maior das políticas fiscal e monetária, uma integração maior, dar uma perspectiva uniforme para o país. São braços do mesmo organismo que precisam trabalhar pelo mesmo propósito”, disse o ministro. Antecipando eventuais críticas, ele defendeu que Galípolo é conhecido por economistas e já foi presidente de banco. Ele também afirmou que a primeira vez que ouviu o nome do ex-secretária como possível indicação para o BC foi uma sugestão do atual presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Lula tem sido crítico constante da política monetária do Banco Central, em especial do patamar da taxa de juros. Segundo o BC, o diretor de política monetária administra a execução dos instrumentos das políticas monetária e cambial, com vistas ao atingimento da Meta da Taxa Selic e à preservação do regular funcionamento dos mercados. Com um aliado dentro da autoridade monetária, Lula poderia articular políticas mais favoráveis aos seus planos de governo. O ministro convidou um antigo coloborador, Dario Durigan, para substituir Galípolo no secretaria.