Como funciona o robô capaz de programar um jogo do zero em poucos minutos


Nesta quarta-feira (3), no Web Summit Rio, o diretor-executivo do site de compartilhamento de códigos GitHub deverá demonstrar o Copilot, uma espécie de ChatGPT voltado para criação de códigos em várias linguagens de programação. “É uma máquina de probabilidade. Você insere palavras e obtém outra. Então, ele cria uma ciclo de repetição, e você obtém uma frase, um parágrafo completo”
Thomas Dohmke, diretor-executivo do GitHub, durante a feira de tecnologia Collision, em 22 de junho de 2022
Vaughn Ridley/Collision via Sportsfile
Além de escrever textos sobre os mais diversos assuntos, ferramentas como ChatGPT servem para criar códigos em várias linguagens de programação. Elas podem ser usadas para construir um jogo do zero, por exemplo.
Uma demonstração poderá ser feita nesta quarta-feira (3), durante o Web Summit Rio, maior evento de tecnologia do mundo. Thomas Dohmke, diretor-executivo da plataforma de compartilhamento de códigos-fonte GitHub promete criar um jogo em cerca de 20 minutos.
O experimento será feito por meio do Copilot, uma ferramenta da empresa que consegue completar o código que começou a ser feito por programadores. Em sua versão mais recente, chamada de Copilot X, também é possível tirar dúvidas por meio de um recurso de chat – a Microsoft, dona do GitHub, tem o Microsoft 365 Copilot, mas este é voltado para programas como Word, Excel e PowerPoint.
GItHub Copilot
Divulgação/GitHub
O robô “programador” usa um modelo de inteligência artificial que tenta simular o pensamento de uma pessoa que está escrevendo um código. Mas como é possível saber o que o usuário deseja?
Isso acontece depois de um “treinamento” que o robô recebe a partir de milhões de códigos e textos hospedados por usuários no GitHub. Trata-se de um método igual ao do ChatGPT – ambos usam o modelo de inteligência artificial GPT-4, lançado em março pela OpenAI.
Depois da análise dessa imensa quantidade de dados, o Copilot se tornou capaz de fazer cálculos estatísticos para entender o que tem mais chances de vir depois de cada palavra e, então, oferecer soluções esperadas por programadores.
“É uma máquina de probabilidades. Você insere palavras e obtém outra. Então, ele cria um ciclo de repetição, e você obtém uma frase, um parágrafo completo”
“Acreditamos que este é o próximo estágio em termos de produtividade de programadores. Isso acontece com a liberação de um tempo valioso no qual eles podem ser criativos e, finalmente, implementar suas grandes ideias”, afirmou.
1 milhão de usuários
O robô, que está disponível apenas para quem paga uma assinatura mensal, é usado por 1 milhão de pessoas e em 10 mil empresas, segundo o GitHub. O Brasil é o quarto principal mercado do serviço, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia.
A empresa destaca ainda que o serviço “aprende” a dar soluções melhores durante o uso. Em junho de 2022, 27% das sugestões do Copilot eram aproveitadas por seus usuários. Em fevereiro de 2023, o índice subiu para 46%.
Como ficam os empregos?
Se, de um lado, ferramentas como o Copilot ajudam profissionais, do outro, muitos temem que elas acabem com algumas vagas de trabalho. A gigante da tecnologia IBM, por exemplo, anunciou que suspenderá 7.800 contratações em postos de trabalho que a companhia entende que podem ser substituídos por sistemas de inteligência artificial.
Para Dohmke, no entanto, a oportunidade para os programadores é maior do que o risco. O executivo defendeu que empresas devem usar a inteligência artificial para acelerar o crescimento, e não apenas para reduzir custos.
“Chamamos o produto de Copilot porque achamos que é necessário um piloto para alavancar o copiloto. É o ser humano que é criativo e, em última instância, o criador de inovações. Então, acreditamos que os humanos serão sempre necessários neste tipo de ação”.
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