Revolução digital: como transformar sua empresa com a tecnologia low code

Já se fala sobre plataformas low code há algum tempo, mas cada dia que passa essa tecnologia se torna mais essencial nas empresas. Hoje, mais do que nunca, desenvolver sistemas com agilidade se tornou uma necessidade básica para responder às demandas do negócio e aos imprevistos do mercado. Com a pandemia, o processo de adoção do low code acelerou e ganhou ainda mais força, pois permitiu que as empresas digitalizassem processos e desenvolvessem novas soluções de forma muito mais rápida, diante de um cenário em que ninguém se preparou para atender.

Citado pela primeira vez em 2014, pela consultoria Forrester Wave, o termo low-code não é mais uma novidade no mercado, mas ainda é mal compreendido ou mal interpretado por muitos. O termo foi criado para classificar soluções que se utilizam de recursos visuais e gráficos para acelerar o desenvolvimento de software, reduzindo a necessidade de se escrever milhares e milhares de linhas textuais de código em linguagens tradicionais e abstraindo a complexidade do desenvolvimento de muitas soluções.

Não se trata de eliminar o desenvolvimento, a codificação em si ou o próprio papel do desenvolvedor, como muitos ainda pensam, mas de reduzir ao máximo a parte “braçal” e repetitiva realizada pelos desenvolvedores para que possam se dedicar mais à parte criativa e ao negócio, aumentando a entrega de valor das soluções.

Essas soluções não eliminam as linguagens e tecnologias tradicionais do processo de desenvolvimento, como alguns acreditam. As soluções de low code se utilizam de todas essas tecnologias em suas ferramentas para construir e entregar suas aplicações e disponibilizam tudo isso para os desenvolvedores, através de recursos que abstraem a complexidade das milhares de linhas de código textual em elementos visuais simples e poderosos. Além disso, apesar de serem todas classificadas como “low code”, as plataformas disponíveis no mercado nem sempre podem ser comparadas diretamente entre si.

Atualmente, existem centenas de soluções de low code no mercado, de diferentes fabricantes e porte, e cada uma com suas próprias características, capacidades, aplicabilidades e propósitos diferentes. Generalizar as capacidades do low code apenas com a avaliação de uma ou outra solução, assim como comparar soluções com propósitos distintos, são erros comuns que ainda existem no mercado, na maioria das vezes por desconhecimento, preconceito ou ceticismo quanto a essas tecnologias.

Seja para desenvolvimento de aplicações pequenas e simples ou soluções corporativas complexas, arquiteturas monolíticas ou distribuídas, BPMS, RPA, soluções vinculadas a um ecossistema específico ou de propósito geral, já existem diversas soluções de low code.

Crescimento do mercado de low code

No Brasil, esse mercado está em crescimento acelerado e tem despertado cada vez mais interesse de empresas de diversos setores. As companhias estão impulsionadas pela necessidade de agilidade e eficiência na criação de soluções em um contexto de transformação digital. A escassez de mão de obra especializada em programação e a crescente demanda de soluções também contribui diretamente para esse cenário.

Dentre os vários casos de uso para este tipo de soluções, se destacam o desenvolvimento de quase todo tipo de aplicações corporativas (departamental, B2B ou B2C), a automação de processos de negócios, o desenvolvimento de aplicativos móveis e a construção de soluções para integrações e interoperabilidade. Apesar de ainda estar evoluindo seu nível de maturidade no conhecimento e uso do low code, os resultados apresentados em grandes empresas que já adotaram esse tipo de tecnologia tem acelerado esse processo no mercado brasileiro.

Em praticamente todos os segmentos de mercado e em empresas de diferentes portes e características, diversas soluções já são criadas utilizando uma ou até mais de uma solução de low code. Empresas que iniciaram com pequenas soluções departamentais, hoje, já desenvolvem soluções de missão crítica que são acessadas por até milhões de usuários, compondo soluções complexas e integradas com diversos sistemas para atender às necessidades do negócio.

Hoje, setores como saúde, varejo e governo começam a olhar para o futuro da programação de uma forma muito mais simples, trazendo inovações que permeiam desde a telemedicina até a simplificação de uma compra on-line e a redução de filas em um departamento público.

No setor financeiro, bancos, seguradoras e outras empresas têm utilizado o low-code para desenvolverem soluções digitais de maneira mais rápida e eficiente, incluindo aplicativos para dispositivos móveis, plataformas de investimento, sistemas de gerenciamento de riscos e muito mais.

Longe de ainda ser uma promessa ou apenas uma tendência, o low code é uma realidade que está transformando o cenário de desenvolvimento de software nas empresas. Independente de como e onde será utilizado, ou mesmo de quais plataformas low code serão adotadas, é certo que esse tipo de tecnologia estará presente nas empresas.

Assim como outras tecnologias que surgiram como tendência e que se tornaram “commodities”, a questão é apenas de quando. O movimento está em ascensão e as organizações que já saíram na frente do mercado, hoje, já aproveitam a crista da onda para inovarem e utilizarem o low-code como um diferencial estratégico para o seu negócio.

*Tiago Farias é coCEO TrueChange, empresa de Low-Code no Brasil e principal parceiro da Siemens na América Latina