‘Como vai se defender se não sabe porque está sendo investigado?’, questiona Kobayashi após silêncio de Torres

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, ficou em silêncio durante depoimento à Polícia Federal. A oitiva aconteceu na manhã desta quarta-feira, 18. No entanto, o ex-secretário disse que não tinha informações para dar. Torres foi preso no último sábado, 14, após chegar ao Aeroporto de Brasília e se entregar à PF. Ele estava em Orlando, na Flórida, e estava de férias com a família após ser nomeado o comandante da pasta no Distrito Federal. A prisão dele foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o magistrado, houve descaso e conivência do ex-secretário e o episódio de vandalismo aconteceu “mediante participação ou omissão dolosa. O ex-secretário nega qualquer acusação. Durante o programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan, desta quarta, o comentarista Nelson Kobayashi falou sobre o silêncio do ex-ministro na oitiva, dizendo que Torres exerceu seu direito ao silêncio, uma vez que não sabe do que está sendo investigado.

“É um direito constitucional. É o direito de permanecer em silêncio, de não produzir provas contra si mesmo que foi exercido pelo Anderson Torres com uma justificativa da defesa, se é que precisava de justificativa, direito não precisa justificar. Mas disse a defesa que ele ficou em silêncio porque a defesa não teve acesso aos autos da investigação. Como é que ele pode se defender se ele não tem a ciência do que está sendo investigado. Está sendo investigado com quais documentos? Com quais depoimentos? O que tem nessa investigação que está imputando a ele o cometimento de crimes que ele não possa ter acesso? É um princípio básico do direito. Todos os dias isso está acontecendo e todos os advogados têm isso como orientação muito clara. Se você não souber sobre o que está sendo acusado, não diga nada, use o direito ao silêncio”, disse Kobayashi, que continuou, questionando a duração do depoimento: “A imprensa noticiou que ele foi interrogado das 10h30 ao 12h e que usou seu direito constitucional ao silêncio. Ai que eu te pergunto, como é que um interrogatório pode durar mais que uma hora se ele usou seu direito ao silêncio?”.

Confira a íntegra do programa desta quarta-feira, 18: