Confira os crimes que chocaram o país em 2022: De massacre em escola ao caso Bruno e Dom

Em 2022, o Brasil acompanhou aflito o massacre de uma escola no Espírito Santo, que deixou três mortos e 13 feridos em Aracruz, no Espírito Santo. O público também ficou ligado em todo o desfecho no caso do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Don Philips, que desapareceram em Atalaia do Norte (AM). Seus restos mortais foram encontrados pouco mais de uma semana depois. Além disso, acompanhou a história do guarda-municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda, assassinado no seu próprio aniversário enquanto celebrava em festa com a temática do partido e do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O site da Jovem Pan relembra os crimes que marcaram 2022 e ganharam as principais manchetes do país.

Assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho, em Atalaia do Norte (AM), na região amazônica do Vale do Javari. A cidade fica próxima da fronteira com o Peru, onde são comuns as invasões por madeireiros e garimpeiros. Os restos mortais do indigenista e do jornalista foram encontrados no dia 15 de junho. O jornalista inglês pretendia entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para um novo livro chamado “Como Salvar a Amazônia?”, enquanto o indigenista faria reuniões com cinco aldeias para discutir a proteção do território.  Três pessoas foram detidas por envolvimento no crime: Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, irmão de Amarildo e conhecido como “Dos Santos”, e Jeferson da Silva Lima, vulgo “Pelado da Dinha”. As vítimas, segundo a polícia, foram mortas a tiros. Em seguida, os corpos foram queimados e esquartejados. Um quarto homem, suspeito de ser o mandante do crime, foi preso. Mas Rubens Villar Pereira foi colocado em liberdade provisória depois de pagar uma fiança no valor de R$ 15 mil. 

Assassinato do lutador de jiu-jitsu Leandro Lo em São Paulo

O campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo Pereira do Nascimento morreu no dia 7 de agosto após levar um tiro na cabeça durante um show em São Paulo. Na ocasião, o advogado da família da vítima disse na imprensa que o atleta estava acompanhado de cinco amigos quando o suspeito, o policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, pegou uma garrafa de cima da mesa, fez algumas insinuações e saiu com a bebida. Com base em informações de testemunhas, o lutador teria imobilizado o homem e pegado a garrafa de volta.

Em seguida, pediu para que o rapaz se retirasse. O homem deu dois passos para trás e atirou no lutador. A vítima chegou a ser levada para um hospital, onde foi confirmada a morte cerebral. O autor do disparo foi embora do local, mas se entregou no dia seguinte. Ele virou réu por homicídio triplamente qualificado.

Caso Genivaldo de Jesus dos Santos

Outro caso que ganhou repercussão foi a abordagem policial que resultou na morte de Genivaldo de Jesus dos Santos, de 38 anos. Ele foi morto após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Umbaúba, no litoral do Sergipe. Genivaldo estava em uma motocicleta na BR-101 quando foi abordado em uma blitz. Ele estava acompanhado do sobrinho, que relatou que os policias pediram para o seu tio parar com a moto. Os policiais pediram para o homem erguer a camisa. Genivaldo informou os agentes que estava com remédios psiquiátricos no bolso, além de uma receita médica para provar que sofria transtornos. O fato também teria sido alertado pelo sobrinho da vítima ao notar uma truculência dos policiais. Imagens que circularam pelas redes sociais mostram Genivaldo preso no porta-malas de uma viatura sob uma intensa fumaça, que saía pelas frestas. Assim que homem parou de se debater, os agentes o colocaram dentro da viatura e saíram. A vítima mexia as pernas e gritava no interior do veículo. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que Genivaldo morreu por asfixia mecânica. Três policiais acusados de envolvimento na abordagem foram presos.

Massacre em escola no Espírito Santo

Um ataque em duas escolas do município de Aracruz-ES, no dia 25 de novembro, terminou com três mortos e 13 feridos. O caso ocorreu por volta das 9h30, na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via do primeiro alvo. O autor do crime foi preso no mesmo dia. Segundo informações da Secretaria de Segurança Púbica do Espírito Santo, o assassino invadiu a unidade de ensino e efetuou diversos disparos. Em seguida, foi em direção à sala dos professores e atirou contra as pessoas presentes. Duas professoras morreram. Depois, o homem saiu da escola e foi em direção a uma unidade particular. Uma aluna foi morta no segundo ataque. Depois do crime, ele fugiu em um carro. Câmeras de segurança registraram a ação. O autor do massacre é adolescente e passará três anos internado.

Tesoureiro do PT assassinado no Paraná

O guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, foi assassinado no dia 9 de julho na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Na ocasião, a Policia Civil informou que o autor do crime foi o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho. A festa de aniversário da vítima tinha como temática o PT e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que meses depois venceria a eleição presidencial. De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O), Guaranho chegou no local gritando “Aqui é Bolsonaro”. O mesmo não era conhecido da família nem havia sido convidado. Ele estava em um carro acompanhado da esposa e um bebê. O documento cita que o suspeito deixou o local e voltou cerca de 20 minutos depois, sozinho e armado. Ele atirou duas vezes contra Arruda, que revidou e baleou o policial penal. O guarda municipal chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.  Já o policial ficou internado, mas sobreviveu. Ele foi denunciado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e está preso. A polícia concluiu que o crime não ocorreu por motivações políticas. Apesar das diferenças políticas, o presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade à família da vítima.

Ganhador da Mega-Sena assassinado no interior de São Paulo 

Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de prêmio R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020, foi assassinado em Hortolândia, no interior de São Paulo. Ele foi encontrado com sinais de espancamento às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) e chegou a ser levado para o hospital, mas acabou não resistindo. A causa da morte foi traumatismo cranioencefálico. Investigações apontam que foram realizadas diversas tentativas de saques enquanto a vítima estava desaparecida — uma delas no valor de R$ 3 milhões. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), R$ 20 mil foram retirados da conta do homem por meio de transferências bancárias via Pix. O cartão de débito foi levado pelos criminosos. A Polícia Civil concluiu o inquérito e cinco suspeitos foram presos por extorsão mediante sequestro seguido de morte. Nenhum assumiu a autoria do crime.