Confira três formas de fazer poupança em dólar

Nos meus dois últimos textos, mostrei cinco motivos para você investir no exterior e expliquei por que você, enquanto consumidor global, pode e precisa ter ativos e renda em dólar. Mas como fazer isso? Como começar? Comprar dólares e guardar em casa? Tudo na vida tem um começo e o primeiro passo é o do acesso. No passado, o acesso disponível a grande maioria dos investidores era comprar um cofre e guardar dólares em espécie dentro de casa. Num mundo digital, essa, sem dúvida não é a melhor forma. Hoje, temos um acesso muito mais fácil, rápido, efetivo e seguro para realizarmos investimentos no exterior. Então, o primeiro passo é abrir uma conta numa plataforma que dê acesso a investimentos no exterior em dólar. Com o acesso, o primeiro passo é realizar uma operação de câmbio. Pode parecer algo complexo ou estranho, mas nada mais é do que apertar alguns cliques no seu celular ou computador e pronto, você já tem dólares em seu nome disponíveis para serem usados em consumo ou investimentos. É como ter um saldo em conta corrente, mas, em vez de reais, são dólares.

Muitos param por aí e se dão por satisfeitos. Até entendo, afinal, desde o início de 2013, ou seja, pouco mais de 10 anos, o dólar se valorizou mais de 140% em relação ao real, ou cerca de 10% em média ao ano. Nada garante que isso se repetirá nos próximos anos, mas olhando retrospectivamente, podemos dizer: nada mal, não é? Mas é possível ir além. Você pode colocar esses dólares para trabalhar para você e obter um retorno adicional à variação da moeda. Obviamente, quando pensamos em poupança ou reserva de emergência, pensamos em um investimento com pouca oscilação e no qual os recursos estejam ali, disponíveis para quando precisar, a um clique de acesso. Então, vou falar aqui de três alternativas, com essas características que hoje estão totalmente disponíveis para alocar dólares.

Hoje é possível comprar um título de dívida do governo norte-americano. Assim como se investe no Tesouro Direto no Brasil, é possível acessar títulos de renda fixa, mas com remuneração em dólar. Existem diversas alternativas de prazos, desde títulos com vencimentos em três meses até 30 anos. Você compra um título que te garante uma remuneração enquanto você carrega o mesmo. De novo, tudo a partir de dois ou três cliques. Qual a dinâmica? Varia de título para título, mas, em geral, você recebe uma taxa de remuneração a cada semestre e no final (vencimento do título) recebe o seu principal de volta. O ponto positivo ou superinteressante é que atualmente as taxas de juros americanas subiram e estão nos maiores patamares em décadas. Isso quer dizer que investindo nessa alternativa atualmente, o rendimento será maior do que o que foi observado nos últimos anos. Precisou dos recursos? Não tem problema, você consegue se desfazer do mesmo, afinal o mercado de renda fixa americano é o maior e mais líquido mercado do mundo. Qual a parte “chata” dessa alternativa? Os mínimos de investimento tendem a ser mais elevados, em média de US$ 10 mil.

No caso de ter menos recursos ou de não se sentir confortável em escolher um título específico, tem a segunda alternativa: os chamados Fundo Money Markets. Esse nome diferente e em inglês pode assustar alguns, mas eles são uma alternativa bem simples de se entender e fazer poupança em dólar. O nome se refere à característica do ativo investido pelos fundos, no caso, essencialmente títulos de dívida com vencimentos de curto prazo e que, por isso, tendem a apresentar baixas oscilações e remunerar o investidor à taxa de juros corrente da economia. Eles se assemelham aos Fundos DI do Brasil. Eles possuem algumas vantagens. Primeiro, você não precisa escolher ativos, você delega essa decisão a um gestor profissional que entende e conhece do mercado. Segundo, os fundos não distribuem remunerações, então os rendimentos vão sendo reinvestidos automaticamente para você, podendo gerar um efeito composto de retorno que pode fazer toda a diferença no longo prazo. Por último, eles possuem um mínimo de investimento menor, em média, a partir de US$ 1 mil.

E por fim, mas não menos importante, para quem quer fazer aportes e/ou tem um valor menor que US$ 1 mil para investir, não tem problema, há alternativas para esse público também: os ETFs (Exchanged Traded Funds) de renda fixa. Os ETFs são fundos que possuem suas cotas negociadas em Bolsa. Há uma miríade deles e, dentro desse amplo universo, existem os que investem em títulos de dívida de curto prazo do governo americano. No final das contas, o ativo base investido continua sendo muito semelhante aos citados nas duas outras alternativas que trouxe aqui. Então, o seu risco se assemelha às duas alternativas. Mas onde ele é diferente? Pelo fato de que não existe um mínimo de investimento nele. Você pode investir em ETFs virtualmente com qualquer valor. Por que virtualmente? Porque você sempre deve levar em conta os custos, e nesse caso pode não fazer sentido você investir valores muito baixos como US$ 20 ou US$ 50. Eles possuem liquidez e são uma alternativa para quem quer começar a fazer poupança em dólar.

Isso tudo ajuda a garantir o poder de compra de produtos e serviços em dólares. Com o passar dos anos, tais serviços e produtos ficaram cada vez mais globais. Penso que esse é um caminho sem volta e, como um todo, benéfico para a sociedade, pois amplia as possibilidades individuais de escolha. Da mesma forma, é imprescindível proteger nosso poder de compra global e o acesso a essa cesta cada vez mais diversificada de bens e serviços. As três alternativas citadas neste texto são opções para o investidor que busca fazer poupança em moeda forte com a segurança de investir com as maiores gestoras do mundo, em títulos da maior economia do mundo.