Coreia do Sul investiga Telegram por possível envolvimento em crimes sexuais digitais
A polícia da Coreia do Sul iniciou uma investigação para determinar se o Telegram tem contribuído para a disseminação de conteúdo sexualmente explícito gerado por deepfakes. Segundo informações da agência Yonhap, a medida foi motivada pela crescente preocupação pública e política com o uso da plataforma para distribuir pornografia digital envolvendo mulheres sul-coreanas. Relatos indicam que esse tipo de material é frequentemente encontrado em salas de bate-papo do aplicativo.
A Coreia do Sul é o país mais atingido por pornografia gerada por deepfakes, com suas celebridades representando uma parte significativa das vítimas, segundo reportou a Reuters. Um relatório de 2023 da Security Hero revelou que 53% dos indivíduos apresentados em deepfakes globalmente são sul-coreanos. As estatísticas locais confirmam um aumento alarmante nos casos de crimes sexuais por deepfake, que chegaram a 297 até agora neste ano, superando os 156 registrados em 2021.
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Embora detalhes da investigação não tenham sido revelados, Cho Ji-ho, Comissário da Agência Nacional de Polícia, afirmou que sua equipe está avaliando se deve expandir a investigação para incluir outros aplicativos de mensagens criptografadas que possam estar facilitando crimes semelhantes. Ele ressaltou as dificuldades e a complexidade envolvidas na investigação desses provedores de mensagens, segundo a Yonhap.
A repressão aos crimes relacionados a deepfakes surge em um contexto mais amplo de intensificação das investigações internacionais. Recentemente, as autoridades francesas começaram a investigar Pavel Durov, fundador do Telegram, por possíveis ligações com o crime organizado na plataforma, conforme relatado pela Reuters.
Além de pressionar por uma maior cooperação internacional para lidar com problemas relacionados ao Telegram, o regulador de mídia sul-coreano está buscando formas de facilitar a comunicação direta com a empresa. O governo também anunciou sua intenção de promover leis mais severas que tornem a compra ou visualização de deepfakes sexualmente exploratórios um crime, reforçando o combate a essas práticas ilícitas.
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