CPI da Braskem é instalada no Senado, mas trabalhos só vão começar após fevereiro de 2024

Nesta quarta-feira, 13, o Senado Federal instalou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a responsabilidade da empresa petroquímica Braskem no desastre ambiental em Maceió. Os senadores aprovaram a indicação de Omar Aziz (PSD-AM) à presidência da comissão, tendo Jorge Kajuru (PSB-GO) como vice. Os nomes já haviam sido selecionados em reunião prévia com lideranças do Senado. Os trabalhos da CPI devem ser iniciados após fevereiro de 2024, segundo o senador Otto Alencar (PSD-BA). Com 11 membros titulares, o grupo terá 120 dias para realizar os trabalhos e contará com um orçamento de R$ 120 mil. Os parlamentares discordaram sobre quem deveria assumir a relatoria da matéria.  A CPI ganhou força após a crise do afundamento de terrenos na capital alagoana sobre minas de extração de sal-gema, matéria-prima da soda cáustica.

Em outubro, a Braskem já havia sido condenada pela Justiça a indenizar o Estado, por danos causados pela mineração. Os primeiros prejuízos da Braskem surgiram em 2018 e ocasionaram a evacuação de cerca de 55 mil pessoas de suas residências em Maceió, nos bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Desde os anos 1980, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) já alertavam para o colapso do solo em bairros de Maceió causado pela mineração de sal-gema realizada pela Braskem. As primeiras pesquisas que comprovaram a catástrofe foram publicadas em 2010. Em 2018, o desnivelamento começou a se tornar evidente, com rachaduras de 280 metros de extensão surgindo nas casas e nas ruas de alguns bairros. A Braskem foi obrigada a interromper a mineração e a evacuar os moradores das áreas mais afetadas. Desde 2019, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, afetando cerca de 55 mil pessoas, de acordo com a prefeitura.