CPMI recebe blogueiro envolvido em plano para explodir bomba em Brasília

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro ouve, nesta quinta-feira, 21, o blogueiro Wellington Macedo de Souza, condenado e preso por participar de um plano terrorista para explodir uma bomba no Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, no final de dezembro de 2022. Os advogados de Wellington pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele fosse desobrigado a comparecer à CPMI. O ministro Luís Roberto Barroso negou o pedido, mas garantiu a Wellington o direito de permanecer em silêncio. Na abertura da comissão, o depoente justificou que ficará em silêncio porque os advogados não tiveram acesso aos autos do processo. “Sra. Eliziane, Presidente desta Comissão, aqui na mesa, obrigado pela oportunidade de poder estar aqui com vocês, e digo que eu vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso aos autos acusatórios contra esta pessoa que aqui está, que até hoje não sabe por que tem pago um preço tão alto e tanta humilhação. Então, quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui que eu vou colaborar com vocês”, disse.

Parlamentares governistas discordam da posição. Uma vez que ele já foi condenado, a defesa teria acesso aos autos da condenação. Como Wellington decidiu ficar em silêncio, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), fez alguns comentários sobre o caso, que culminou nos atos de 8 de janeiro. Segundo a senadora, o depoente era responsável por captar dinheiro para financiar os atos. “Todas as demais manifestações foram irrigadas financeiramente, elas foram financiadas. E me parece que, no caso específico aqui do Wellington, ele tinha uma missão voltada para a arrecadação financeira; ou seja, havia – e aí não apenas eles, outros mais, mas eu percebo no caso dele – uma ação mais incidente, sempre pedindo Pix, sempre pedindo algum tipo de arrecadação financeira para investimento em todas essas manifestações: a do 7 de setembro de 2021, a do 12 de novembro… E aí o pedido dele de 12 de novembro… Aí nós tivemos, depois, o 12 de dezembro, e o 29 de dezembro, ainda pedindo uma arrecadação quando ele já estava, de fato, foragido”, disse a relatora.