Ctrl+Play aposta em educação infanto-juvenil para impulsionar mercado de TI

Henrique Nóbrega, diretor da Ctrl+Play

O sonho de empreender, aliado ao conhecimento de programação em sua juventude como diferencial competitivo, foi a receita perfeita para Henrique Nóbrega criar a Ctrl+Play, em 2015. “Eu sempre quis ter uma empresa e mesmo empregado tinha uma lista de negócios que eu gostaria de fazer. Eu vi um vídeo do Obama falando sobre investir no ensino de tecnologia para adolescentes e vi que no Brasil ainda não tinha nada do gênero”, resume ele em entrevista ao IT Forum.

Nóbrega, então, entrou em um projeto social da Samsung para ensinar meninas de escolas públicas a desenvolver aplicativos. Conheceu algumas professoras, foi a alguns eventos e começou a validar a possibilidade de ensinar crianças.

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“Eu comecei a criar uma marca, desenvolver o projeto e as professoras me ajudaram na criação da Ctrl+Play e nascemos oficialmente em Campinas. O meu plano sempre foi expandir no modelo de franquias. Com 11 meses abrimos a primeira franquiada e crescemos até a pandemia. Com a retomada do mercado, voltamos a crescer”, comenta o diretor fundador.

Recentemente, a história da Ctrl+Play teve um salto. Eles foram adquiridos pelo CNA Idiomas e, com essa estratégia, a escola passa a fazer parte das mais de 700 unidades da rede, além de manter as suas próprias franquias já existentes. Eles já inauguraram 60 novas escolas desde que a negociação foi divulgada.

“A nossa expectativa é de muito crescimento. Fortalecer a marca, ter um impacto ainda maior no país. Estamos com essa projeção de encerrar 2024 com 200 operações no Brasil, temos planos maiores para os próximos anos. Queremos estar em 100% das escolas CNA”, confidencializa o executivo.

Como funciona a Ctrl+Play

A escola de robótica atende crianças e adolescentes dos sete aos 17 anos. “Nós os ensinamos a criar aplicativos, robôs, sites, jogos e, por meio do curso, o aluno desenvolverá habilidades como trabalho em equipe, criatividade e inglês técnico.”

O curso é dividido em três diferentes módulos, dependendo da idade do aluno. Entre sete e nove anos é chamado Ctrl Kids e tem o propósito de introduzir o mundo da tecnologia de forma lúdica. O aluno passa por lógica de programação, criação de jogos e aplicativos e robótica.

“É programação em blocos, não em texto e tudo é muito mais interativo. Uma criança que é exposta nessa idade vê o mundo diferente, porque passa a ver de uma forma mais racional e lógica”, frisa Nóbrega.

Em seguida, há o Ctrl Teens, para aqueles dos 10 aos 13 anos, onde há a migração da programação em blocos para texto. Aos poucos sai do lúdico e vai para o profissional. Tem games, robótica e a migração para ferramentas mais profissionais.

“Essa é a parte mais transitória e, quando ele chega no Young (14 aos 17 anos), não tem mais programação em bloco. Além disso, começamos a focar em ferramentas profissionais, como java, python, entre outros. O aluno passa a construir portfólio, cria a sua página para se lançar no mercado e, quando se forma, está pronto para o mercado”, afirma o diretor.

Para Nóbrega, a tecnologia tem um poder transformador muito forte. “Fomentar e incentivar novos profissionais é plantar uma semente que vai florescer lá na frente. Esse é o nosso propósito e o que me motiva. O meu sonho é ter muitas empresas formadas por ex-alunos nossos”, finaliza.

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