Da feira livre para as passarelas da vida real, empresária conta como criou império da moda e inspira outras mulheres 

No Dia Internacional das Mulheres, é óbvio que esta coluna traz uma homenagem a outra empreendedora, batalhadora e visionária, afinal, nos espelhamos em histórias de vida e superação para que possamos seguir em frente e de cabeça erguida, certo? E esse é o caso da trajetória de Elaine Cristina, CEO da marca Máfia Brasileira. Porque me inspirei na bagagem dela? Assim como esta colunista, a empresária começou a trabalhar cedo, aos 12 anos de idade (eu comecei com 13 em uma loja de roupas, enquanto ela iniciou em uma feira livre, vendendo tomates). Confesso que venda nunca foi uma área boa para mim e que bom que o contrário aconteceu com Elaine, que já adolescente, foi uma das maiores vendedoras de Yakult da época (lembra dos carrinhos de rua?). Enquanto em média as consultoras vendiam 10 mil frascos por mês, ela e a cunhada vendiam 40 mil unidades. Sim, talento para comercializar ela sempre teve e claro expandiu a veia empreendedora aos familiares.

De origem humilde, aprendeu cedo que era preciso batalhar para conseguir conquistar sonhos e, ao lado de irmãos, passou por diversas empresas, sempre na área em que mais se destacava: vendas. Do carrinho de leite fermentado, ela resolveu empreender aos 15 anos, com uma perua e uma barraca. “Eu vendia tomates que a gente chamava de extra B, que eram tomates inferiores, pois eram tempos difíceis, mas mesmo assim não desisti. Dizia para as clientes cortarem a parte ruim do tomate, que assim daria para elas comerem e elas levavam. Assim imprimia confiança e credibilidade com outras mulheres logo cedo”, pontua. Durante a jornada pela busca de uma paixão, ela passou por outras grandes empresas como o McDonald’s e, logo em seguida, começou a trabalhar na Leporello, local que despertou seu amor pela moda e onde sua experiência como funcionária rendeu frutos. No segundo mês de trabalho, foi a vendedora que mais obteve resultado. 

Ser boa com vendas teve um preço que ela não esperava. “Eu não era promovida a gerente porque a marca tinha receio da queda de vendas ao mudar minha área de atuação. Já que eu era uma ótima vendedora e mostrava em números minha performance, percebi que não conseguiria crescer ali, mas deixo registrado que minha história com essa empresa tem uma conexão importante, pois lá eu aprendi muito e isso me ajudou para gerenciar minha marca, atualmente é um sucesso. Um dia, um homem me disse: ‘Dê o melhor nessa empresa, pois quando tiver a sua você dará o melhor’. Levei isso ao pé da letra”, ensina a empresária. Na trajetória desse ícone feminino, a fé teve um papel mais que essencial, já que Elaine sempre foi muito fiel a Deus. “Estava em comunhão com ele e, um dia que estava muito cansada, orei perguntando a ele se lá era o lugar certo para ficar, e Ele me respondeu que não. Acreditando nesse sinal, voltei para a feira porque tinha deixado meus irmãos cuidando da barraca e insisti que a gente montasse uma loja, e assim fizemos”, relembra. Na busca por um local para iniciar sua jornada, ela encontrou o seu Salvador, que acreditou nesse sonho da menina visionária e alugou um box de quatro metros quadrados para que Elaine iniciasse uma nova empreitada ao lado de sua cunhada e irmãos. 

Assim nasceu a loja Vonumvo, que surgiu por inspiração do Programa Pânico, aqui da casa (hahaha), relembrando a brincadeira “vou na feia ou vou na bonita”. Assim ela pegou a referência, criando o nome e exercendo seu lado moderno e humorístico de ser. Do box pequeno, da marca que nasceu de um sonho, até a conquista de outros espaços maiores, foi um pulo. A ideia começou a tomar forma e em determinado momento, Elaine desfez a sociedade com os irmãos para voar sozinha e, assim, alavancou, depois de superar uma doença grave e renascer como uma fênix. Peço licença novamente para intervir, porque nós mulheres, somos dessas: temos resiliência pra dar e vender, e essa é com certeza uma característica marcante nossa.

Persistente, a empresária seguiu seu caminho e começou sua loja no Brás, crescendo bastante e estão em ascensão até hoje. A empresa Máfia Brasileira está presente no mercado da moda há 15 anos, atuando com tendências e peças da melhor qualidade, sendo que Elaine não largou sua essência e empatia em ajudar as pessoas, principalmente outras mulheres. “Estamos ingressando na sexta edição do Concurso Prinss Máfia Brasileira, que promove oportunidades para as meninas que sonham em seguir a carreira de modelo. Como sempre, um sucesso, já que contabilizamos mais de 8 mil meninas inscritas para a participação do evento que acontece no dia 27 de abril, na Rua da Móoca, 1415, às 20h, em São Paulo” detalha. A iniciativa já fez diferença na vida de muitas meninas, como Luana Thalia, que iniciou com a Máfia Brasileira apenas uma menina e hoje é uma modelo com grande presença e reconhecimento. Outras que estão conquistando seu espaço são as modelos também reveladas pelo Concurso, Joyce Carvalho, Day Castro, Madu Fraga e Cacau. “Seguimos com o propósito de enaltecer outras mulheres, seja pelo evento em si, seja pela criação de peças confortáveis, de qualidade e acabamento impecáveis, seja pela personalidade, cores e empoderamento feminino colocados em cada peça, cada look, cada produção. E seguimos acreditando sempre que juntas, podemos mais”, finaliza Elaine. Por essa e outras iniciativas, pela história de vida, posicionamento e visão diferenciada, e a “usando” como exemplo e inspiração, essa colunista deseja a todas um feliz dia das mulheres, hoje e sempre, porque todo dia é nosso! E ponto final.