Como o deepfake pode ameaçar a segurança digital

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O deepfake tem preocupado cada vez mais os especialistas em segurança digital. A tecnologia que utiliza deep learning (aprendizado profundo de máquinas) para criar vídeos, áudios ou imagens falsas convincentes pode manipular pessoas a acreditarem em mentiras e atentar à imagem e honra das vítimas.

Helder Ferrão, gerente de marketing de indústrias para a América Latina da Akamai Technologies, alerta que essa capacidade de manipulação de mídia tem implicações profundas na segurança digital e requer uma resposta eficaz dos especialistas do setor.

“O recente caso da imagem do pentágono pegando fogo que viralizou na internet e influenciou a queda das ações na bolsa de valores dos Estados Unidos, ou o comercial da Volkswagen que trouxe vida à Elis Regina cantando com Maria Rita, sua filha, são exemplos notórios do impacto dessa técnica. Nesse sentido, é preciso olhar com atenção para o avanço da inteligência artificial no que tange à cibersegurança”, destaca.

Deepfake e cibersegurança

As implicações do deepfake na segurança digital são vastas e preocupantes. Uma das principais consequências é o aumento do risco de ataques de phishing e engenharia social.

“Com vídeos deepfake convincentes, os criminosos podem criar situações em que parecem ser pessoas confiáveis, como CEOs, funcionários de instituições financeiras ou até mesmo amigos e familiares, enganando as vítimas e obtendo acesso a informações confidenciais. Além disso, a reputação e a confiança das pessoas, empresas e instituições também estão em jogo”, complementa Ferrão.

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O gerente da Akamai lembra que a disseminação de vídeos deepfake pode levar a danos irreparáveis à imagem de uma pessoa ou organização, afetando relacionamentos, carreiras e até mesmo a estabilidade social. Políticos, celebridades, figuras públicas — e mesmo pessoas comuns — correm o risco de serem alvos de manipulações maliciosas, o que pode ter um impacto significativo em sua credibilidade.

IA como aliada

A tecnologia do deepfake apresenta um desafio significativo para a segurança digital, mas também oferece oportunidades para o desenvolvimento de soluções avançadas. Segundo Ferrão, os algoritmos de aprendizado de máquina podem ser treinados para identificar anomalias nos vídeos, como imperfeições nos movimentos faciais, alterações sutis no tom de pele ou distorções na voz.

Essas técnicas podem ajudar a diferenciar vídeos autênticos de deepfakes e alertar os usuários sobre possíveis ameaças.

“A cibersegurança deve se apoiar na inteligência artificial para aprimorar suas defesas contra a disseminação de deepfakes e proteger os indivíduos, as organizações e a sociedade como um todo. É necessário um esforço conjunto para combater essa ameaça em constante evolução, garantindo um ambiente digital mais seguro e confiável para todos”, aponta o gerente da Akamai.

O especialista explica que anormalidades ainda são comuns nas imagens geradas por IA, como detalhes estranhos nas orelhas, mãos, olhos e cabelos, principalmente em deepfakes que envolvem pessoas inexistentes. Porém, além da identificação, é crucial adotar medidas preventivas para evitar ataques cibernéticos com o uso dessa tecnologia, incluindo a educação e a conscientização em relação ao uso de deepfakes e o investimento em tecnologias de detecção.

“Ao adotar essas práticas, indivíduos e empresas podem se proteger melhor contra os perigos do deepfake e minimizar os danos potenciais causados por ataques cibernéticos com essa tecnologia. A vigilância constante e a colaboração com especialistas em segurança cibernética são essenciais para garantir a integridade das informações compartilhadas e evitar disseminação de conteúdo falso”, finaliza Ferrão.

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