Deputada diz que Ibama manteve capivara Filó em local sucateado e com remédios vencidos: ‘Por enquanto, ela está salva’

Nesta quinta-feira, 4, o programa Pânico recebeu Joana Darc, deputada estadual do Amazonas pelo União Brasil. Em entrevista, ela comentou sobre o embate entre o Ibama e o influenciador Agenor Tupinambá pela capivara Filó. No final de semana, a parlamentar foi ao centro de controle do órgão onde o animal silvestre estava sendo mantido. “Não consigo entender como biólogos e pessoas técnicas querem botar na nossa cabeça que é melhor ela [Filó] ficar numa jaula do que livre. Todos os medicamentos estavam vencidos. Uma adrenalina vencida desde 2016. Se o animal precisasse, não iria ter. Isso é muito grave. tem que se analisar cada caso como um caso, ela não está em cativeiro. Tenho uma vida toda na proteção animal, esse é o primeiro caso que vejo dessa forma”, justificou. “O caso do Agenor e da Filó é totalmente excepcional, somos contra domesticar animais silvestres. Ele teve o apoio do Amazonas todo, os indígenas fecharam a estrada para o Ibama não passar, a cidade se mobilizou. O Ibama só conseguiu chegar pela nossa boa-fé. A capivara Filó, por enquanto, está salva, mas o Ibama vai recorrer, quer medir força. A Filó vai salvar vidas de animais silvestres que estão em Cetas [Centros de Triagem de Animais Silvestres] sucateados e precisando de ajuda”, acrescentou.

A parlamentar amazonense discorda que Agenor tenha usado Filó para fins lucrativos e afirmou que o Amazonas tem uma relação distinta e complexa com os animais e a natureza. “Ele está sendo acusado como se fosse o maior criminoso do Amazonas, sendo que ele é um ribeirinho. A capivara é que adentra a casa dele, ele está no mesmo habitat que a capivara”, disse. “Quem não conhece a realidade do Amazonas não consegue entender a relação que a gente tem com os animais. É óbvio que animal silvestre não é pet, mas tem tanta coisa mais grave que pegaram o Agenor e a Filó para pôr a mão pesada do Ibama. Com certeza, o povo do Brasil conseguiu ver o lado da gente que mora aqui no Amazonas. Ele mora dentro da floresta, convive com ela. Ele nunca monetiza nenhum vídeo, ele mostrava a realidade dele, onde a capivara estava inserida. Esses vídeos começaram a viralizar”, complementou.

Joana argumenta que Agenor seguiu as recomendações de exposição do Ibama e que o agrônomo foi prejudicado por vídeos da influenciadora Luisa Mell. “Foi feito um pedido para retirar todos os vídeos. Agenor não se opôs. Eu discordo, sou a maior incentivadora que ele possa ter mais oportunidades nas redes sociais. Porém, ele cumpriu tudo. Colocar roupa na capivara não pode, mas ele já está consciente do que ele pode e não pode fazer”, garantiu. “Onde a Luisa errou, na nossa opinião, foi pegar um vídeo lá de trás do Agenor, uma cidade de pecuaristas que têm a prática de rodeio. Ela pegou um vídeo e colocou fora de contexto, conseguiu de certa forma manchar a imagem dele, isso gerou uma revolta popular. Quem nunca errou? Quem começou protetor de animais e vegano?”, questionou.

Com a repercussão do caso na última semana, a deputada acredita que novas leis e projetos possam ser debatidos em diferentes esferas políticas e disse que tem conversado com parlamentares do Congresso Nacional. “Não é a questão do Agenor, a gente quer o melhor para a Filó. Não precisa ser técnico para comparar as imagens e saber o que é o melhor”, disse. “Estou articulando em Brasília, batendo na porta de deputados federais e senadores para adequar à realidade da Amazônia. Nossa vida com os animais é no meio do mato. A gente conseguiu no Judiciário uma decisão inédita”, concluiu.