Deputados vistoriam complexo da Papuda e avaliam condições de presos nos atos de 8 de janeiro

Três deputados federais estiveram nesta quinta-feira, 9, visitando o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde 481 homens seguem presos suspeitos de participarem das invasões nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. A visita teve o objetivo de inspecionar as condições dos presos e a estrutura do presídio. Segundo o deputado Sanderson (PL-RS), os detidos estão em uma ala separada dos condenados, em celas que comportam de 12 a 13 homens, tendo quatro beliches cada, fazendo com que eles revezem já que alguns dormem nos chão. A maior reclamação dos detentos é em relação à comida. “Tive acesso a uma quentinha sem a menor condição de higiene, porque a comida não é feita no presídio, é uma empresa terceirizada leva todos os dias as quentinhas. Não tem condição de ser ingerida. O jantar é a mesma coisa”, relata Sanderson. Além dele, os deputados Coronel Telhada (PP-SP) e Hélio Lopes (PL-RJ). O deputado relata que a precariedade na alimentação e a dificuldade de contatar a família, já que apenas 26 detidos são da cidade, tem tornado o clima dentro da prisão mais tenso, com muitos se submetendo a tratamento psiquiátrico.Nesta sexta-feira, 10, os deputados devem visitar a Colmeia, complexo penitenciário feminino, onde também será feita uma inspeção do local. “Nós temos feito relatos oficiais e encaminhado ao MPF, à PGR e estamos também colhendo esses dados todos para que, na CPI que virá, nós usarmos de lastro, de subsídio para a CPI que, certamente, terá como desdobramento as condições dos presos”, disse Sanderson.

Durante encontro com a governadora em exercício do DF, Celina Leão, para entrega de obras de ampliação do 6º Batalhão da PM, responsável pela segurança da esplanada, Arthur Lira disse que os atos não irão se repetir. “O que mais me chocou no dia 8 é que a Câmara, assim como o Senado, o Congresso, nunca fechou as portas para a população do Brasil. Espero que a gente tenha a civilidade de saber fazer movimentos pacíficos. Nós podemos e devemos contestar e exigir nossos direitos, mas o dia 8 nunca mais vai acontecer no Brasil, porque o país aprendeu, de maneira mais fácil ou mais dura para alguns, que a nossa democracia permanece atenta, alerta e em pé”, disse Lira. Ao todo, 1.406 pessoas, entre homens e mulheres, foram presos entre os dias 8 e 9 de janeiro. Até o momento, 436 homens tiveram o benefício da liberdade provisória, mas seguem monitorados e respondendo ao processo. No presídio feminino, das 489 detidas, 82 seguem presas.

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*Com informações da repórter Berenice Leite