Destaques do Hora H do Agro: Taxação sobre emissão de carbono, despejo do MST, Plano Safra e preço do milho

O programa Hora H do Agro deste sábado, 11, analisou o aumento no número de protestos ao redor do mundo. Em pelo menos sete países, agricultores insatisfeitos com o avanço da agenda verde já realizaram algum tipo de manifestação. Isso porque os governos estão propondo taxar as emissões de gases de animais em fazendas, reduzir o uso de fertilizantes, banir defensivos e até tornar a agricultura 100% orgânica. No programa, analisamos a probabilidade de o governo Lula adotar medidas como essas, já que na última semana, a Revista Oeste noticiou que estaria sendo estudado a criação de uma taxa para emissões de carbono. No encontro, também esteve em debate a perspectiva de o Brasil se tornar o maior exportador de milho do mundo, tirando os Estados Unidos do atual posto, além da retirada de integrantes do MST de fazendas invadidas, tentativa do governo de conseguir R$ 1 bilhão para o crédito rural atual e a abertura do México para a carne bovina brasileira. Confira!

Agro terá imposto sobre emissão de carbono? Entenda!

Analisamos também o avanço da agenda pelo mundo e os possíveis impactos no agronegócio brasileiro. Isso porque na última semana, produtores da Bélgica realizaram um tratoraço contra uma proposta do governo de limitar as emissões de nitrogênio, componente utilizado, por exemplo, em fertilizantes. Um levantamento realizado pelo programa revelou que pelo menos 7 países já adotaram ou estudam adotar medidas alinhadas com essa agenda verde no mundo. Entre elas estão a taxação das emissões de gases de animais em fazendas, redução do uso de fertilizantes e até uma agricultura 100% orgânica. Aqui no Brasil, a Revista Oeste revelou nesta semana que o governo Lula estaria estudando uma taxa sobre as emissões de carbono. Segundo o secretário da reforma tributária, Bernard Appy, haveria um imposto seletivo para setores da economia que têm efeitos negativos na saúde e meio ambiente. Confira a análise do assessor técnico de meio ambiente na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre este tema e qual a chance de o agronegócio ter realmente uma taxa sobre emissões de gases!

Sem crédito rural oficial, agricultor paga juros de até 18% ao ano

Nesta semana, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro se reuniu com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No encontro, Fávaro pediu liberação de R$ 1 bilhão para o crédito do Plano Safra as linhas de financiamento do moderfrota, pca e proirriga devem ser prioridade. Ao programa Hora H do Agro, o economista da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz, revelou que com a escassez de crédito rural, os juros de mercado ao agricultor chegam a 18% ao ano. O especialista ressalta ainda que a tática de governo forçar uma queda dos juros não funcionará, resultando em menos recursos disponíveis ao agricultor.

MST: ministro de Lula fala pela primeira vez sobre invasões de terras

Durante a abertura da Expodireto Cotrijal, uma das maiores feiras agrícolas do Brasil, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, falou pela primeira vez sobre as invasões de terras no Brasil. Fávaro afirmou que o governo não vai compactuar com invasões de terras e que aqueles que tomarem atitudes radicais, sofrerão as consequências. No dia 27 de fevereiro, cerca de 1.500 famílias do MST invadiram três propriedades rurais da empresa Suzano Papel e Celulose no sul da Bahia. Nesta semana, os integrantes do movimento foram retirados das três áreas pela Polícia Militar, que cumpriu uma determinação de reintegração de posse da Justiça.

Brasil será o maior exportador de milho do mundo em 2023

O Brasil deve se tornar o maior exportador de milho do mundo e tirar os Estados Unidos da primeira colocação. A afirmação foi feita pela consultoria AgRural. De acordo com a analista de mercado da empresa, essa mudança ocorrerá caso o Brasil tenha uma segunda safra de milho cheia. Siqueira revela, no entanto, que essa é uma situação conjuntural. Isso porque as exportações norte-americanas estão lentas devido ao preço pouco competitivo no mercado mundial e o Brasil acabou conquistando parte do espaço deixado pelos EUA. Porém, não necessariamente seguiremos neste posto nos próximos anos. A AgRural revela que a expectativa de exportação de milho pelo Brasil neste ano está entre 46 e 47 milhões de toneladas. Porém será necessário acompanhar a finalização do plantio do cereal e desenvolvimento. Em estados como o Paraná e Mato Grosso do Sul são os que mais preocupam a empresa, já que deverão semear uma parte significativa da safra fora da janela ideal, fato que eventualmente pode reduzir a produtividade das lavouras.

Brasil recebe aval para exportar carne bovina para o México

Nesta semana, o México abriu o mercado para a carne bovina do Brasil. Com o aval, 34 frigoríficos brasileiros poderão exportar a proteína in natura ao mercado mexicano, segundo protocolo assinado pelo país. Destes número, oito já eram habilitados a exportar carne termoprocessada para o México e agora estão aptas a comercializar também o produto in natura, não havendo a necessidade de nova auditoria. Outras 26 plantas receberam habilitação para exportar a carne bovina in natura e serão auditadas em breve pelas autoridades mexicanas. O diretor da consultoria HN Agro, Hyberville Neto, revelou que os altos preços da carne bovina nos Estados Unidos, que é um dos principais fornecedores aos mexicanos, deve favorecer o Brasil, assim como a valorização do dólar.