Dia 3 de julho foi o mais quente já registrado na Terra, diz agência dos EUA

O dia 3 de julho foi o mais quente já registrado numa escala global, informou dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, que é ligado à administração Oceânica e Atmosférica Nacional do país (NOAA). A temperatura média chegou a 17,01 °C e superou o recorde registrado em 2016, de 16,92ºC. O sul dos Estados Unidos tem sofrido com o calor nos últimos dias. Ao menos 13 pessoas morreram por causa das altas temperaturas. No México, o número de vítimas passa doas 100 entre 12 e 25 de junho. Na Espanha, as ondas fez os termômetros ultrapassarem os 44ºC. O Reino Unido viveu o mês de junho mais quente em termos de temperatura média – entre a máxima e a mínima – desde o começo dos registros, informou o serviço meteorológico britânico, alertando que estes recordes devem aumentar com as mudanças climáticas. A temperatura média alcançou os 15,8 ºC, ou seja, 0,9 ºC a mais que o recorde anterior de 14,9 ºC registrado em junho dos anos de 1940 e 1976, especificou o Met Office. O país sofreu vários dias de calor intenso em meados de junho, o que levou ao racionamento de água por parte das autoridades no sudeste da Inglaterra.

Diate das mudanças climáticas que tem sido registradas e do aumento das temperaturas, a ONU pediu, aos governos que antecipem as consequências do fenômeno meteorológico do El Niño “para salvar vidas e meios de subsistência”. O El Niño acabou de começar e está normalmente associado ao aumento das temperaturas globais. Este fenômeno vai continuar ao longo do ano com uma intensidade que deve ser “pelo menos moderada”, disse a ONU ao anunciar o início do episódio. Com a perspectiva deste fenômeno, a organização previu em maio que ao menos um dos próximos cinco anos, e os cinco anos entre 2023 e 2027 como um todo, seriam os mais quentes já registrados. Em partes do sul da América Latina, no sul dos Estados Unidos, no Chifre da África e na Ásia central, o El Niño está associado ao aumento das chuvas. E pode causar secas na Austrália, Indonésia e em partes do sudeste asiático e da América Central. Por outro lado, suas águas quentes podem alimentar furacões no centro e leste do oceano Pacífico e retardar a formação desses ciclones no Atlântico. Os efeitos nas temperaturas mundiais geralmente são percebidos no ano seguinte ao desenvolvimento do fenômeno.

O El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos, e geralmente dura entre nove e doze meses. É um fenômeno climático natural associado ao aquecimento da temperatura da superfície do oceano, no centro e leste do Pacífico tropical. Mas o episódio atual “é registrado, no entanto, no contexto de um clima modificado pelas atividades humanas”, destacou a OMM. O El Niño 2018-2019 levou a um episódio particularmente longo de quase três anos de La Niña, que causa efeitos contrários, incluindo uma queda nas temperaturas. “Isso não quer dizer que nos próximos cinco anos vamos ultrapassar o nível de 1,5°C especificado no Acordo de Paris, já que esse acordo se refere ao aquecimento de longo prazo em muitos anos. Mas é um novo sinal de alarme”, disse Chris Hewitt, responsável dos serviços climáticos da OMM.

*Com informações da AFP