Dino e Castro criam grupo de inteligência para ‘asfixiar’ financeiramente o crime organizado

O grupo de inteligência financeira, chamado de Grupo Cifra, que pretende estrangular economicamente o crime organizado no Rio de Janeiro, foi formalizado nesta quarta-feira, 8, no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Foi assinado um acordo com decretos estaduais e federais para viabilizar a criação do comitê. Haverá uma integração da inteligência do Ministério da Justiça com a inteligência do Estado para tentar monitorar, rastrear, bloquear e eventualmente recuperar recursos movimentados no sistema financeiro nacional por traficantes e milicianos. Haverá uma sede na Polícia Federal do Rio de Janeiro que vai aproximar os órgãos federais (Coaf, Ministério da Fazenda e secretaria do Tesouro Nacional) com instituições locais (Polícia Civil, Polícia Militar, secretaria da Fazenda, entre outros). “Essa ideia do Comitê Integrado de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos partiu do governo do Estado do Rio, fizemos uma reunião técnica com os dirigentes da polícia do Rio, da Polícia Federal e outros órgãos e acertamos esse momento importante da constituição da Cifra”, afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino.

“Estamos efetivamente fortalecendo esse segmento do caminho do dinheiro como meio para descapitalizar e enfraquecer as organizações criminosas em geral, especialmente a narcomilícia que atua no Rio de Janeiro e outros Estados brasileiros”, complementou o ministro nesta quarta-feira, 8. O governador Cláudio Castro (PL) também elogiou a iniciativa: “Esse comitê que assinamos e que começa a trabalhar efetivamente hoje é um pilar, um ponto fundamental do sucesso, ou não, do nosso trabalho (…) Esse problema da lavagem de dinheiro está funcionando dentro do sistema financeiro nacional. Quando eles entram dentro do sistema financeiro nacional, eles entram em uma normalidade, o crime vira quase normal, quase formal”.

Desde outubro, mais de 300 agentes da Força Nacional de Segurança estão no Rio de Janeiro para reforçar o patrulhamento de estradas federais que cortam o Rio de Janeiro. Além disso, um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) entrou em vigor na última segunda-feira, 6, e prevê ações no Aeroporto do Galeão, nos portos de Itaguaí e da cidade do Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara e Baía de Sepetiba. A perspectiva do ministro da Justiça é de que todos os efetivos das Forças Armadas já estejam no Estado até o final de semana. O Exército deve empregar 2.000 agentes, a Marinha 1.900 e a Aeronáutica aproximadamente 600 militares.