Dino falta à convocação da Câmara pela terceira vez

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, faltou nesta terça-feira, 21, pela terceira vez a uma convocação da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. Dino encaminhou um ofício ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), no qual afirma que o ambiente do colegiado ameaça a sua integridade física e moral e que só comparecerá à Câmara em uma Comissão-Geral, realizada no plenário, a fim de atender a todos os parlamentares.

“Destaca-se que as novas agressões, inclusive do presidente da CSPCCO, mostram um ambiente ainda mais perigoso à minha integridade física e moral, confirmando a justificativa anterior. Em respeito a essa Casa Parlamentar, que tive a honra de integrar, reitero que me coloco à disposição para comparecer à Comissão-Geral no Plenário para que, simultaneamente, eu possa atender a todos os pedidos de esclarecimento com a devida segurança”, diz o ministro no documento. No ofício, foram anexadas diversas falas com críticas a Flávio Dino por parte de membros da comissão. “A partir dessas frases dos citados parlamentares, membros da Comissão autora da convocação, é verossímil pensar que eles andam armados, o que se configura uma grave ameaça à minha integridade física, se eu comparecesse à audiência. Lembro, a propósito, que os parlamentares não se submetem aos detectores de metais, o que reforça a percepção de risco, inclusive em razão dos reiterados desatinos por parte de alguns. Ademais, sublinho que o Presidente da multicitada Comissão reconheceu a impossibilidade de manutenção da ordem dos trabalhos, ao encerrar a sessão anterior a que compareci no dia e hora marcados”, diz outro trecho. 

Ao abrir a sessão, o presidente da comissão de Segurança Pública, deputado Sanderson (PL-RS), disse que não houve uma justificativa direcionada à comissão e acusou Dino de cometer crime de responsabilidade. “O ministro da Justiça tem que vir falar ao parlamento. Ele foi novamente convocado, terceira convocação, não vem, não justificou, porque essa justificativa aqui, além dela ser estapafúrdia, ela não chegou à Comissão de Segurança Pública em tempo hábil. Ela foi direcionada ao presidente da Câmara e tem que ser direcionada aqui para a comissão” iniciou Sanderson. “Isso é um absurdo, alguém que diz conhecer a lei, que diz conhecer a Constituição, desprezar dessa maneira o princípio da legalidade”, finalizou o deputado.