Diretor-geral do ONS afirma que em 2023 Brasil não terá problemas com abastecimento de energia elétrica

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, disse nesta quarta-feira, 21, durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), que o Brasil precisa voltar a discutir a possibilidade de construir usinas hidrelétricas com reservatórios. Para ele, essa fonte de energia não pode ser discriminada. O país tem um enorme potencial e um inventário bastante robusto à disposição. Mas, desde a polêmica e disputa judicial que envolveram a usina de Belo Monte, do Rio Xingu, no Pará, de certa forma, o país deixou de lado os projetos de construção desse tipo de usina. Para Ciocchi, não se pode desperdiçar a oportunidade de discutir o tema. Ele destacou que, com novas fontes de energia, como solar e eólica, as eventuais hidrelétricas com reservatórios seriam menores e mais enxutas. O diretor-geral lembrou que o momento é adequado para se fazer essa discussão, pois os reservatórios das hidrelétricas brasileiras estão cheios de água, o que cria um ambiente favorável para abastecimento, não só neste ano, mas também em 2024.

“Há 12 anos que nós não estávamos nessa época do ano com os reservatórios tão cheios, como temos agora. Estamos em uma situação absolutamente excepcional e, mesmo com a previsão de um El Niño que possa vir a afetar esse regime das águas, nós temos clareza que em 2023 não há nenhum problema com o abastecimento de energia elétrica para o país e 2024 vai depender, como sempre, da estação chuvosa de 2023 para 2024. Mesmo que a gente tenha uma estação chuvosa que não seja tão boa e tão pródiga, como foi a desse ano, nós também achamos que temos 2024 com uma situação de atendimento energético bastante boa”, declarou em entrevista à Jovem Pan News. A expectativa de Ciocchi é que se chegue ao final do período seco, que vai até meados de outubro, com níveis de reservatórios entre 35% e 45%, algo que não se via há cerca de uma década, de acordo com o diretor-geral.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga