Diretora do FMI prevê baixo crescimento na economia mundial para os próximos anos

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, realizou um discurso nesta segunda-feira, 10, durante abertura da semana de reuniões da entidade com o Banco Mundial – evento que reúne as principais autoridades financeiras – e realizou uma previsão sobre o crescimento global para os próximos anos. De acordo com a executiva, é esperado que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial siga em patamares baixos e fique abaixo dos 3% nos próximos cinco anos. “Vimos uma rápida transição de baixas taxas de juros e liquidez abundante para altas taxas de juros e liquidez muito menor, o que expôs vulnerabilidades do setor financeiro que tornaram a tarefa de formuladores de políticas ainda mais difíceis”, explicou. Georgieva afirmou que mesmo com a resiliência do mercado consumidor e da reabertura econômica da China após os consecutivos lockdowns em decorrência da pandemia de Covid-19, a alta na inflação global atrelada às taxas elevadas de juros impedem uma alta no crescimento do PIB internacional. Por fim, a diretora-geral destacou que a fragmentação do comércio global em uma economia baseada em blocos geopolíticos, que pode causar uma desglobalização, pode custar até 7% do PIB mundial nos próximos anos. “A economia integrada que gerou um tremendo ímpeto de crescimento e prosperidade nas últimas três décadas está sendo negativamente impactada”, disse a economista. De acordo com o último relatório divulgado pelo Banco Mundial, a expectativa é de que o Brasil apresente um crescimento de 0,8% em seu Produto Interno Bruto neste ano, num desempenho abaixo da América Latina, que deverá crescer 1,4% – na mais baixa alta regional global.