Dólar fecha a R$ 5,51 com Copom e Fed no radar
O dólar apresentou queda firme e voltou a se aproximar do nível técnico de R$ 5,50 no fechamento desta segunda-feira (16), dia marcado por enfraquecimento global da moeda norte-americana e valorização do petróleo. O real, que costuma se beneficiar mais de episódios de apetite ao risco, apresentou nesta segunda-feira o melhor desempenho entre as principais divisas. Afora uma alta pontual e bem limitada no início dos negócios, com máxima a R$ 5,5810, o dólar à vista operou em terreno negativo ao longo do restante da sessão.
Pela manhã, a divisa registrou mínima abaixo de R$ 5,50 (R$ 5,4980), em meio a relatos de que instituições estariam antecipando ingresso de recursos de uma emissão externa feita por empresa brasileira. No fim do dia, a moeda norte-americana recuava 1,02% em relação ao real, cotada a R$ 5,5106, o menor valor de fechamento desde 27 de agosto (R$ 5,5027). Foi o quarto pregão consecutivo de queda do dólar, que passa a acumular desvalorização de 2,21% no mês. No ano, a divisa avança 13,54%.
Juros no Brasil e EUA
Na ausência de dados relevantes, os negócios foram guiados por ajustes de posições diante da expectativa crescente de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai iniciar um ciclo de alívio monetário com corte de 50 pontos-base na taxa básica dos EUA na quarta-feira (18). Uma redução agressiva por parte do BC dos Estados Unidos, combinada a uma alta taxa Selic pelo Copom também no dia 18, resultaria em aumento do diferencial de juros interno e externo – o que acentua a atratividade das operações de carry trade.
O Bradesco alterou nesta segunda a previsão de Selic no fim de 2024 de 10,50% para 11,25%. A taxa básica chegaria a 11,50% em janeiro de 2025. Haveria um afrouxamento monetário ao longo do próximo ano, levando a Selic a encerrar 2025 em 10,50%. O banco também revisou a projeção para taxa de câmbio de R$ 5,30 para R$ 5,40 no fim deste ano. Para 2025, a estimativa foi mantida em R$ 5,10.
“A taxa de juros brasileira deve subir 1 ponto porcentual, enquanto os juros americanos devem cair 2 pontos até o final de 2025. O diferencial de juros deve ajudar a trazer a taxa de câmbio para um nível mais apreciado”, diz o Bradesco, em relatório.
O quadro externo se sobrepôs às preocupações com o quadro fiscal doméstico. Teria causada certa apreensão a autorização do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o governo abrir crédito extraordinário para combate a queimadas. Tais recursos não serão contabilizados no limite de gastos nem na meta estabelecida pelo arcabouço fiscal.
A utilização de créditos extraordinários para episódios extremos – como as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas – é vista como correta. No entanto, há o temor de que se crie uma espécie de contabilidade paralela.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Carolina Ferreira