Economia digital vai ultrapassar US$1 trilhão na América Latina e África

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Os mercados de comércio digital da América Latina e da África devem ultrapassar US$1 trilhão em valor total até 2026, projeta o estudo Beyond Borders, realizado pelo EBANX sobre o mercado digital e pagamentos em economias em ascensão. Já a Índia deve ultrapassar US$275 bilhões nos próximos dois anos.

Enquanto o comércio digital cresce a taxas de 13% ou 12% ao ano em mercados mais consolidados ao redor do mundo, como os EUA ou a Europa, as vendas online estão se expandindo a uma taxa muito mais rápida em economias em ascensão, de 20%, de acordo com dados do Statista no estudo. Mais da metade da população nessas regiões já adota pagamentos digitais, posicionando-os como peças centrais para o crescimento econômico e acesso do consumidor.

“Há uma razão demográfica sólida para isso: as economias em ascensão têm uma população jovem e em crescimento, contrastando com as regiões mais maduras. Além do impulso demográfico e econômico, as economias em ascensão se beneficiam amplamente da digitalização”, afirma Paula Bellizia, Presidente de Pagamentos Globais do EBANX. “A revolução digital tem modificado indústrias e criado oportunidades tanto para players locais quanto globais, desde verticais como SaaS, anúncios digitais e comércio online B2B, até jogos, streaming, mídia social e e-commerce. E os pagamentos têm sido a espinha dorsal desse crescimento”, acrescentou.

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Em 2023, o Brasil, uma potência do comércio digital da América Latina, ostentava um mercado de US$275 bilhões e se destaca, lembra o estudo, como uma força proeminente, ocupando o quarto lugar globalmente em número de compradores digitais, de acordo com a Insider Intelligence.

Também destacam-se como fortes concorrentes o México, Colômbia e Peru, que exibem taxas de crescimento anual em torno de 30% para o comércio digital. Países da América Central e Caribe como Costa Rica, El Salvador, Panamá, Guatemala e República Dominicana também não vão desacelerar, crescendo a um ritmo anual de cerca de 20% até 2026, demonstrando que uma abordagem de bloco para essa região latino-americana pode contribuir para a estratégia de expansão global de qualquer player digital global.

O levantamento também ressalta a Índia como outro exemplo do potencial digital em economias em ascensão: o país asiático é o segundo maior mercado de compras online do mundo, atrás apenas da China, com cerca de 350 milhões de pessoas impulsionando um mercado de comércio digital que ultrapassou US$184 bilhões no ano passado. E, no entanto, a taxa de penetração de vendas online ainda está em 33%, conforme apontado pela Insider Intelligence na Beyond Borders, mostrando a oportunidade substancial ainda não explorada no país – especialmente se os esforços forem direcionados para melhorar o acesso a pagamentos para a diversa população indiana.

A Índia e o Brasil possuem dois casos emblemáticos de inclusão financeira: o UPI na Índia e Pix no Brasil. O Pix faz parte do cotidiano de 4 em cada 5 adultos no Brasil, de acordo com o Banco Central. Na Índia, o UPI tem uma participação de 41% no total do comércio digital, sendo o método de pagamento mais escolhido pelos consumidores online indianos.

Pioneira no uso de pagamentos digitais, a África também é uma região importante para o notável crescimento digital do comércio e dos pagamentos. Após adotar amplamente os pagamentos digitais, que saltaram de 23% para 46% de penetração em muitos de seus países em menos de oito anos, a África está agora à beira de seu próximo grande salto: o comércio digital, impulsionado pelas taxas de penetração de celulares e pela adaptabilidade constante de métodos de pagamento locais e alternativos ao mundo online, como o mobile money, que tem hoje alcance quase universal em países como o Quênia.

O estudo ainda observa como a inovação trazida por pagamentos alternativos está aprimorando todo o ecossistema e impactando também os cartões – incluindo os de débito – que permanecem estáveis e continuam desempenhando um papel importante na economia digital, à medida que a criação de contas aumenta nos mercados em ascensão.

“Cartões e métodos alternativos estão aprendendo uns com os outros, absorvendo características uns dos outros, prestando atenção às necessidades de merchants e consumidores”, observou Bellizia. “Uma estratégia de pagamentos para mercados em ascensão precisa considerar um equilíbrio entre cartões e pagamentos alternativos, adaptada a países específicos, verticais e modelos de negócios, centrada em oferecer a melhor experiência de pagamento aos clientes, permitindo que paguem com seu método de escolha. Isso fomenta o verdadeiro acesso”, concluiu a executiva.

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