Eleições em Belo Horizonte: o que os candidatos propõem para a tecnologia na gestão pública
No próximo domingo (06), eleitores de Belo Horizonte irão às urnas para escolher o prefeito da capital mineira pelos próximos quatro anos. Dez candidaturas disputam o pleito da cidade.
Dados da pesquisa Quaest, divulgada nesta segunda-feira (30), mostram que Mauro Tramonte (Republicanos) lidera as intenções de voto, com 27%. Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) estão empatados na segunda posição, com 21% e 20%, respectivamente.
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Na sequência, Duda Salabert (PDT) soma 8% das intenções de voto; Gabriel Azevedo (MDB) e Rogério Correia (PT) têm 5% cada; e Carlos Viana (Podemos), 2%. Indira Xavier (UP), Lourdes Francisco (PCO), e Wanderson Rocha (PSTU) não pontuaram na pesquisa.
Com a aproximação do pleito municipal, o IT Forum reúne as propostas dos candidatos para os setores de tecnologia, ciência, inovação e empreendedorismo. Confira:
Mauro Tramonte (Republicanos)
O programa apresentado por Mauro Tramonte (Republicanos) destaca a implementação de tecnologia para a modernização da administração e gestão de recursos públicos. O candidato aponta a necessidade do uso de inteligência artificial para simplificar procedimentos, reduzir custos e melhorar a experiência do cidadão na utilização de serviços públicos. Uma das propostas é implementar o “Zap da Saúde”, que promete a comunicação com o paciente via aplicativo para confirmar consultas e exames médicos.
No fronte de inovação, o candidato propõe implementar parcerias com as universidades e com a iniciativa privada para a criação de parques tecnológicos e espaços de inovação. Ele afirma ainda que irá estimular a criação de startups, incubadoras e aceleradoras para criar espaços colaborativos e incentivar a criatividade e o empreendedorismo na capital de Minas Gerais.
Bruno Engler (PL)
O programa de Bruno Engler (PL) fala em estabelecer “uma nova ordem tecnológica” para a BH do futuro, “passando-a do analógico para a era digital”. Na saúde, o candidato propõe integrar e digitalizar todas as informações do sistema de saúde municipal, implantar o teleatendimento e criar um aplicativo para informe, em tempo real, da situação de filas nas unidades de saúde municipal, marcação de consultas, exames e mais.
O plano também estabelece a ampliação do videomonitoramento em todas as regiões da cidade, além de investimentos em tecnologia como sensores, drones e análise de dados para a segurança pública. O uso de inteligência artificial é citado ainda como alternativa para o controle de tráfego e melhoria do deslocamento urbano.
Fuad Noman (PSD)
O programa de Fuad Noman (PSD) foca em realizações passadas e não menciona novas propostas relacionadas aos temas de tecnologia, ciência, inovação e empreendedorismo.
Duda Salabert (PDT)
O programa da candidata Duda Salbert (PDT) estabelece o uso de mecanismos técnicos e tecnológicos para o setor de saúde, com o objetivo de reduzir as filas de espera de cirurgias eletivas e consultas em Belo Horizonte. Para a segurança pública, o programa buscará Avançar na “experimentação de tecnologias digitais” para consultar a população a respeito de temas de interesse.
Na educação, a candidata propõe também expandir e realizar a manutenção de recursos tecnológicos que possibilitem o acesso às tecnologias digitais de informação e comunicação em diferentes ambientes educativos. Ela aponta ainda a necessidade de melhorar a infraestrutura de conexão de internet sem fio na Rede Municipal de Ensino, além de implementar estratégias e ações tecnológicas para aproximar a comunidade escolar do uso de tecnologias.
O controle da bilhetagem eletrônica de ônibus para gestão dos recursos do transporte coletivo da capital é citado como uma das prioridades para o setor de mobilidade urbana. O programa cita também um programa experimental, o “Cartão Respeito”, que permitiria ao cidadão que usou o transporte coletivo acionar, com um cartão, um dispositivo acoplado à rede semafórica para conceder maior tempo de travessia para pedestres.
Por fim, o plano propõe estimular a criação de polos tecnológicos regionais, apoiar o ecossistema de inovação local e criar um plano de evolução tecnológica baseado no modelo de startups, código aberto e licença livre para o setor público e privado. Adotar novas tecnologias para melhorar a eficiência dos serviços públicos e dar preferência a contratação de softwares de startups locais, também são ambições do plano da candidata.
Carlos Viana (Podemos)
O plano do candidato Carlos Viana propõe implementar um projeto de cidade inteligente em Belo Horizonte. Isso inclui o programa BH Mais Digital, que dará preferência à prestação de serviços públicos por via digital, além de um sistema unificado para gestão de semáforos e fluxo de veículos. O programa também visa criar uma central integrada de videomonitoramento e empregar sistemas de inteligência artificial para monitoramento de crimes e contravenções.
Há também propostas voltadas para o empreendedorismo, com novos incentivos para o San Pedro Valley e para fortalecer o ecossistema local de tecnologia. Entre eles também está o programa BH do Futuro, que busca capacitar, a partir de 2025, 20 mil jovens em programação e desenvolvimento. É prevista ainda a realização de cursos na área de tecnologia para incentivar a formação destes profissionais.
Gabriel Azevedo (MDB)
O candidato Gabriel Azevedo (MDB) aponta a tecnologia como fundamental para o avanço da qualidade de vida e capacidade competitiva da capital mineira. Entre as ações propostas está o fomento da InvestBH, escritório de negócios com o objetivo de atrair investimentos para a cidades, além da criação do “Vale do Jatobá”, zona de incentivo à industrialização de alta tecnologia, e estimulo do BH-Tec, para unir academia e empresas em uma iniciativa para reunir moradia e inovação. A criação de incubadoras e aceleradoras para estimular o empreendedorismo juvenil na cidade também está prevista.
O Plano prevê também a implementação de processos 100% digitais pela administração pública. Entre as propostas de planejamento urbano, estão a implementação de semáforos inteligentes, e a criação de um pacote de estímulos a tecnologias mais eficientes para a construção civil, incluindo práticas sustentáveis. Por fim, na educação, o candidato propõe oferecer a formação ambiental e técnica-tecnológica sobre negócios digitais no contraturno escolar.
Rogério Correia (PT)
O plano de Rogério Correia (PT) prevê a elaboração de um projeto de desenvolvimento econômico que inclua a tecnologia como pilar. O projeto visa tornar Belo Horizonte a “capital do empreendedorismo de base tecnológica”, com o desenvolvimento de tecnologias da informação voltadas para a melhoria da mobilidade, segurança, sustentabilidade, transparência e prestação de serviços on-line.
O projeto propõe ainda promover a especialização produtiva da cidade como fornecedora de “serviços tecnológicos” de alto valor agregado. Em outras áreas, o candidato defende fortalecer o uso de equipamento de segurança pública através de tecnologia e videomonitoramento, e estabelecer um órgão gestor tecnologicamente e tecnicamente capacitado para gestão da mobilidade urbana da capital.
Indira Xavier (UP)
O programa de Indira Xavier (UP) não menciona temas específicos sobre tecnologia, ciência, inovação e empreendedorismo.
Lourdes Francisco (PCO)
O programa de Lourdes Francisco (PCO) não menciona temas específicos sobre tecnologia, ciência, inovação e empreendedorismo.
Wanderson Rocha (PSTU)
O candidato Wanderson Rocha (PSTU) se posiciona contrário ao uso de ferramentas de reconhecimento facial para identificação de pessoas no contexto da segurança pública, e denuncia a prática como racista. Defende acesso livre a wi-fi, infraestrutura de áudio e vídeo para todas as praças e parques (priorizando os localizados nas periferias) para o fomento de atividades culturais, de esporte e lazer.
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