Embaixador de Israel no Brasil diz que faltou ao Itamaraty uma ‘condenação mais clara’ do ataque iraniano

O programa Tá na Roda, da Jovem Pan News, recebeu neste domingo (14) o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para falar sobre o ataque do Irã ao território israelense com drones e mísseis. O diplomata afirmou que a ação da república islâmica representa “uma nova escala nas relações e no conflito entre a Israel e Irã” e se mostrou desapontado com a reação do governo brasileiro. Ele esperava uma atitude mais enérgica do Itamaraty, que divulgou uma nota neutra em que não fez nenhuma condenação e disse que acompanha com “grave preocupação” os eventos no Oriente Médio. “Não houve com nenhuma condenação contra esse ataque brutal e direto de Irã para Israel. Falta um tipo de condenação mais clara contra esse tipo de ataque. Não sei se falta, porque parece lógico para o Itamaraty que esse ataque acontece por outra razão, mas a expectativa e a esperança, tanto para mim, como embaixador de Israel em Brasil, como para o Ministério das Nações Exteriores em Israel, é que o Brasil vai condenar este tipo de ataque. E isso não aconteceu. É uma pena porque acho que o Brasil, como país que sempre fala sobre a paz e a maneira pacífica de resolver coisas, não pode aceitar, não deve aceitar este tipo de ataque direito de um país a outro”, disse Zonshine.

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Em sua análise sobre o ataque, o embaixador discordou daqueles que acham que a intenção do Irã era apenas mostra força, sem causar maiores danos. “É uma nova escala nas relações e no conflito entre a Israel e o Irã”, alertou Zonshine. “Porque o Irã já está em conflito indireto com a Israel desde outubro. Quando Hamas atacou Israel, recebemos de uma maneira bem clara do movimento do Irã junto com Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, com Houthis em Iêmen… Agora elas lutaram diretamente com Israel, lançaram da terra deles contra Israel centenas, mais de 300 foguetes. Não foguetes, mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos, drones. Então, quando está fazendo isso com mais de 300 tipos de armas, a ideia é fazer danos, vítimas. O fato de Israel conseguir bloquear e evitar esses danos é outra coisa, mas as intenções dos iranianos eram de criar mais destruição possível, mais vítimas possíveis em Israel, e isso é uma coisa que não podemos aceitar.”

Confira a entrevista com Daniel Zonshine no Tá na Roda