Empresária conta como criou negócio que visa melhorar a eficiência operacional e reduzir custos dos clientes

A Mulher Positiva de hoje é Daniela Domingues, psicóloga e Diretora Global de Pessoas & Cultura da Sensedia. Daniela fala sobre o desenvolvimento de sua carreira na área de RH, desafios que enfrentou e conquistas que alcançou – tanto em sua vida pessoal, quanto na profissional. “Quando  terminei meu mestrado, aos 23 anos, questionei as oportunidades de carreira para os acadêmicos e busquei outras aplicações dos meus conhecimentos. Foi aí que comecei a pesquisar mais o papel da área de RH e entendi quanta coisa existe para se aprender e contribuir na área. Por meio de um programa de trainee, minha primeira experiência foi em uma das maiores instituições financeiras do Brasil, com mais de cem mil funcionários”, diz. “Foram cinco anos de aprendizado, job rotations, trabalhos de campo e uma vontade imensa de conectar cada vez mais àquelas milhares de pessoas. Eu já entendia que a tecnologia era o segredo para isso acontecer. A partir daí comecei a buscar oportunidades que me aproximasse do mundo tech”, acrescenta.

1. Como começou a sua carreira? Quando prestei o vestibular para psicologia, tinha o sonho – utópico talvez – de conhecer um pouco melhor a mente humana. Por isso, eu era bastante engajada em matérias relacionadas à neuroanatomia, fisiologia ou às análises experimentais do comportamento. Conforme eu me interessava, acreditava que esse conhecimento me levaria ao dia a dia de um ambiente hospitalar. Assim, fui me aprofundando no ambiente acadêmico através da iniciação científica, apresentações em congressos e por fim um mestrado em neurociências. Quando  terminei meu mestrado, aos 23 anos, questionei as oportunidades de carreira para os acadêmicos e busquei outras aplicações dos meus conhecimentos. Foi aí que comecei a pesquisar mais o papel da área de RH e entendi quanta coisa existe para se aprender e contribuir na área. Por meio de um programa de trainee, minha primeira experiência foi em uma das maiores instituições financeiras do Brasil, com mais de cem mil funcionários. Foram cinco anos de aprendizado, job rotations, trabalhos de campo e uma vontade imensa de conectar cada vez mais àquelas milhares de pessoas. Eu já entendia que a tecnologia era o segredo para isso acontecer. A partir daí comecei a buscar oportunidades que me aproximasse do mundo tech.

Passei por uma grande empresa americana de tecnologia, e depois por algumas startups, onde um mundo foi se abrindo para mim e para o RH. Conforme a área foi ganhando espaço estratégico nas empresas, eu fui ganhando espaço para me desenvolver, viver experiências multiculturais, assumir o desafio de liderar um time… Entre altos e baixos do mercado, me arrisquei empreender em um determinado momento, e na crise de 2016, acabei aceitando liderar a área de desenvolvimento humano em uma grande companhia novamente. Esse “retorno” a uma grande corporação me fez refletir muito sobre carreira e valores, e assim, a Sensedia cruza o meu caminho, trazendo de volta a oportunidade de construir uma área de Cultura e Pessoas que vem crescendo na mesma velocidade que a empresa e que tem um espaço importante para a construção de um futuro de valor.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Sensedia? O modelo de negócios da Sensedia é baseado em fornecer soluções e serviços de gerenciamento de APIs e integração digital para empresas, ajudando a melhorar a eficiência operacional, reduzir custos e melhorar a experiência do cliente. Nossas soluções são de alta qualidade e inovadoras e combinadas com um excelente serviço ao cliente, para garantir que eles tenham sucesso em sua jornada digital. A colaboração, a transparência e o compromisso com a excelência são fundamentais para alcançar esses objetivos e construir relacionamentos duradouros com seus clientes. Assim como nosso negócio, nossas pessoas conectam seus conhecimentos e compartilham um espaço seguro para construir histórias que fazem a diferença, para suas carreiras e para os nossos clientes.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Não gosto de relacionar a maternidade aos desafios de carreira, pois, sempre soube que, assim como muitas mulheres, eu daria conta de equilibrar o ser mãe com o continuar crescendo profissionalmente. Mas o momento mais difícil da minha carreira realmente aconteceu quando me tornei mãe. Meu filho nasceu prematuro, e eu vivi uma intensa e insegura jornada de UTI Neonatal, que casou com um movimento de aquisição da empresa onde eu trabalhava. Foram meses intensos, onde precisei muito de uma rede de apoio para não desistir e seguir em frente. O acolhimento das pessoas foi fundamental e eu aprendi que a base de qualquer sucesso está na construção de relacionamentos de confiança. Sou muito grata a minha família e amigos e principalmente à minha equipe, que com espírito de parceria e colaboração me permitiram atravessar esse momento, ganhando ainda um aprendizado que levarei comigo para sempre.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Acredito que todos têm essa busca incessante por esse tal “equilíbrio”, mas acho também que não existe uma fórmula mágica. Equilibrar a vida pessoal e a vida corporativa é um desafio para qualquer pessoa e, para as mulheres, ouso dizer que é um desafio ainda mais duro. Mas existem algumas ferramentas que podem nos ajudar bastante, como definir prioridades claras, estabelecer limites, delegar e confiar, planejar e praticar o autocuidado. Lembrando que tudo isso pode ajudar, mas os nossos limites somos nós que conhecemos, e esses limites devem ser respeitados. O equilíbrio é uma jornada contínua, então é importante ser gentil consigo mesma e estar aberta a fazer ajustes conforme necessário.

5. Qual seu maior sonho? Meu maior sonho é deixar um legado, uma contribuição para a sociedade. Sei que ainda há um longo caminho a ser percorrido, que é preciso viver experiências, experimentar coisas novas, se autoconhecer e conhecer os sentimentos. Que a jornada seja leve, mas repleta de desafios.

6. Qual sua maior conquista? Sou daquelas que valorizam mais a jornada do que a linha de chegada, por isso, me mantenho sempre em movimento. Poderia citar muitas conquistas aqui, como conquistas materiais – minha casa, meu jardim, meu cantinho perto do mar…. Ou poderia ainda citar a família, a saúde, ou ainda as vitórias na carreira, os reconhecimentos. Tudo isso compõe a vida, então minha maior conquista é a vida, com as experiências que ela me proporciona.

7. Livro, filme e mulher que admira – não pode ser a mãe. É muito difícil escolher um livro no singular, sou muito fascinada por diferentes obras e autores, mas acho que vale citar a obra de Brené Brown: “A coragem de ser imperfeito”. Muito além de um livro de autoajuda, a autora aborda temas como vergonha e vulnerabilidade, trazendo em debate um assunto que nos cerca o tempo todo, faz parte do nosso dia a dia. Brené faz um alerta sobre a importância de aceitarmos os erros, desapegando da ideia de que precisamos ser perfeitos. Recomendo muito a leitura. Um filme que gosto demais e não me canso de assistir é o Divertidamente da PIXAR, que trata de um tema complexo (a máquina do nosso pensamento) a partir de uma abordagem singela e didática, é fantástico.

Para falar sobre uma mulher que admiro, vou me permitir usar um bordão que está em alta: “você tem sangue de Maria Bonita”. Entendo que neste caso ele está fundamentado numa característica regionalista, mas quando paro para refletir sobre o que isso significa, nós mulheres trazemos conosco os traços de mulheres fortes, nossas antepassadas. Eu me lembro de uma tia bisavó de quem tenho muito orgulho, mulher, e literalmente guerreira, a Maria Sguassábia, uma professora brasileira que se tornou notória por sua atuação na Revolução Constitucionalista de 1932, tendo sido uma dentre as mulheres que atuaram no front como soldado. Carregar o “sangue de Maria Sguassábia” me enche de orgulho. Para quem não a conhece, vale a pena dar um Google.