Empresas realizam ações para economizar água sem perder eficiência; conheça casos

A data 22 de março é celebrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial da Água desde 1982, quando também lançou a Declaração Universal dos Direitos da Água. Segundo dados da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o Brasil possui 12% de toda água doce e apropriada para o consumo de todo o planeta, porém, nos últimos 31 anos, o país perdeu a extensão de dez cidades de São Paulo em superfície de água. Por causa da importância do recurso e visando a preocupação com as futuras gerações, diversas empresas já trabalham focadas em diminuir o consumo de água no cotidiano. Uma das iniciativas é da startup Wash Me, que promete lavar carros com apenas 400 ml de água. “A tecnologia está no produto. A gente usa esse produto para diluir em 500 ml de água, e borrifamos no veículo. Desta maneira, o produto dissolve a sujeira. E também tem uma cera para dar um brilho. Foi uma preocupação ecológica e também de ESG. Muito por causa da governança do setor. A gente vê que há muita irregularidade, isso é uma dor muito forte que a gente vem atacando, com profissionais regulares, fazendo um serviço com consciência e gerando renda”, explica o presidente da startup, João Salvatori. Ele ainda diz que, desde o começo da startup, já foram economizados quase 100 milhões de litros de água. Por mês, a empresa atende 2.500 clientes, chegando a economizar oito milhões de litros de água no período.

Outra iniciativa é tomada pela T&D Sustentável, empresa que oferece um sistema de economia de água para grandes consumidores. A solução oferecida identifica melhorias, corrige falhas e monitora vazamentos. Segundo Camilo Torquato, presidente da empresa, já foram poupados mais de R$ 9 milhões dos clientes, que eram gastos em desperdício de água. “Desde tecnologias que padronizam o consumo, ou seja, pressão, vazão, volume e tempo, em torneiras, chuveiros etc, até tecnologias de monitoramento remoto, com inteligência artificial. É um conjunto integrado que a gente entrega gratuitamente para o nosso cliente. E o que ele nos paga é um percentual do resultado obtido. Nós temos unidades hospitalares que consomem facilmente 30 milhões de metros cúbicos ao mês. Se eu reduzo isso a pelo menos um terço, que é o que a gente, hoje, consegue entregar, em média, uma economia que pode chegar a 70% no quesito financeiro, uma única unidade hospitalar consegue deixar de jogar para o ralo 10 milhões de litros de água”, afirma Torquato.

O consultor ambiental Everton de Oliveira explica que as mudanças climáticas e a ação dos seres humanos são fatores importantes para a qualidade da água. “A água total do nosso planeta é a mesma desde o seu início. Nós bebemos a água que, um dia, um dinossauro já bebeu. O que muda é onde ela se encontra e a qualidade dela. Quanto mais nós deterioramos, muito mais caro para que essa água chegue limpa. Então, descuido que nós temos com a água vai doer no nosso próprio bolso, porque nós vamos pagar por um tratamento maior”, diz. Oliveira afirma que a população precisa começar a se preocupar mais e cuidar da água: “Jogando lixo no lixo, não jogando sujeira no chão, cuidando para que a água que você usa não saia tão contaminada. A gente tem uma medição dizendo que 15%, aproximadamente, da superfície hídrica do Brasil diminuiu nos últimos 30 anos. É muita coisa. Se nós não cuidarmos bem da água, nós vamos pagar muito caro por isso”.

*Com informações do repórter João Vitor Rocha