Satélite promete conectar e aumentar produtividade de fazendas sem wi-fi ou sinal de celular; entenda
Projeto criado por estudantes do Inatel, em Santa Rita do Sapucaí (MG), conquistou 1º lugar na Olimpíada Brasileira de Satélites. Ideia é fazer o monitoramento do plantio, medições de temperatura, PH do solo para os agricultores. Entenda como funciona satélite que promete conexão para monitorar fazendas sem wi-fi
Conexão aonde quer que você estiver. É o que propõe um satélite criado por uma equipe do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG). O projeto conquistou o 1º lugar na Olimpíada Brasileira de Satélites (OBSAT) nesta quarta-feira (6) em Natal, no Rio Grande do Norte (RN).
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Entenda como funciona satélite criado em MG que promete conectividade pra monitorar fazendas sem wi-fi ou sinal de celular
Inatel
A equipe é formada pelos estudantes Matheus Reno Torres e Arielli Ajudarte da Conceição, do curso de Engenharia de Telecomunicações, sob orientação do professor Evandro César Villas Boas.
🛰️ O CubeSat, como é denominado os pequenos satélites, propõe conectividade via Internet das Coisas (IoT) em áreas remotas. Ou seja, o estudo busca compreender as conexões baseadas em nanossatélites para grandes distâncias territoriais.
“A ideia é ter fazendas para monitoramento do plantio, para medições de temperatura, PH do solo para os agricultores. […] Para proporcionar que o agricultor consiga acessar estes dados, independente se a região onde ele esteja tenha conexão. Com um módulo IoT em uma fazenda, seja ela sem conexão wi-fi ou sinal de celular, é possível captar os dados ao conectar esses módulos inteligentes a um módulo que possui internet”, explicou a pesquisadora, Arielli Ajudarte.
De acordo com os pesquisadores, o CubeSat deverá funcionar como um retransmissor de dados, ou seja, um repetidor de sinal.
“Ele [produtor rural] não precisaria contratar um pacote [de internet] para mandar os dados da colheita dele para nuvem. Então, o Cubesat serviria para fornecer esta conectividade para os módulos que estão no solo, fazendo o sensoriamento. Depois, o Cubesat mandaria para a internet e estes dados chegariam na nuvem”, contou o professor Evandro César Villas Boas.
Entenda como funciona satélite que promete conectividade para monitorar fazendas sem wi-fi ou sinal de celular
Inatel
Além de auxiliar na questão de conectividade, a proposta do satélite criado pelos estudantes do Inatel é ajudar os produtores a melhoraram a produtividade e qualidade de seus produtos.
“[A tecnologia] é uma ferramenta importante, porque com ela você consegue monitorar a saúde do solo, a saúde das plantas e retirar informações importantes que podem ser úteis, como saber se está na hora de colocar algum fertilizante no solo. E um dos obstáculos no Brasil para implementar tecnologia no campo é a falta de conectividade”, enfatizou o professor.
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🛰️ Como foi produzido?
O CubeSat apresentado pela equipe foi produzido em alumínio aeronáutico, com encaixes, um circuito e transmissor, com placas do módulo sensorial modernas, além da inserção de um GPS e uma antena de material retrátil.
Satélite produzido pelo Inatel ganha Olimpíada Brasileira de Satélites
Inatel
“A estrutura foi feita em alumínio 70×50, isso foi pedido pela própria organização. Antes, na terceira fase, a estrutura em 3D. Além disso, eles pediram para que fosse uma antena flexível para que não atrapalhasse, não prejudicasse em nada o processo de instalação no foguete. Além disso, ele tem três placas de módulo sensorial”, disse Arielli.
🛰️ O que são satélites?
Os satélites surgiram para conectar todo o mundo. Essa tecnologia é uma das grandes responsáveis pela comunicação de rádio e TV para todo planeta, bem como pela globalização.
Além dos satélites gigantes, existem os equipamentos em miniaturas, também chamados de Cubesat. A intenção destes nanossatélites é ajudar as universidades a exercerem as atividades práticas de exploração científica do espaço.
Satélite criado por estudantes do Inatel ganha Olimpíada Brasileira de Satélites
Inatel
Segundo o Inatel, as ondas eletromagnéticas de um satélite possibilitam, por exemplo, a comunicação via sinal de internet, de TV, além de diversas informações e monitoramentos de dados que podem ser distribuídos para todo o mundo.
“As tecnologias óticas e aeroespaciais, combinadas às tecnologias digitais, fazem com que a rede via satélite se torne cada vez mais atraente às verticais de inovação e próximas das demais redes de comunicação no país. Nos próximos anos, possivelmente com a introdução do 6G, presenciaremos uma rede única, que contará com dispositivos terrestres, dispositivos móveis e via satélite, que integrarão a comunicação de todo e qualquer usuário.”, explicou Carlos Nazareth Motta Martins, diretor do Inatel.
🛰️ Como foi a competição?
A OBSAT foi promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Cada projeto inscrito na Olimpíada possui uma missão de monitoramento que, além de propor a solução de problemas reais, ainda precisam atender diversos protocolos, a fim de difundir a cultura aeroespacial.
Na categoria “graduação”, quatro equipes foram classificadas para essa 4ª e última disputa, sendo o Inatel a única instituição Mineira do país na competição.
A primeira etapa aconteceu em 2021. Os estudantes apresentaram o planejamento da prova de conceito. Em sequência, entre os anos de 2021 e 2023, construíram o protótipo e lançaram o satélite na estratosfera.
Estudantes do Inatel ganham Olimpíada Brasileira de Satélites
Inatel
A equipe do Sul de Minas foi a melhor colocada, dentre os competidores de todos os níveis escolares e regiões do país. Ela chegou na disputa com mais de 10 pontos de vantagem e conquistou o primeiro lugar.
🚀 Nesta sexta-feira (8), os estudantes lançarão às 15h o satélite em um foguete que seguirá o primeiro voo espacial orbital da competição.
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