Entidades pedem a Haddad fim de isenção para compras do exterior de até US$ 50

Representantes da indústria e do varejo estão preocupados com a medida que zera o imposto sobre importação sobre compras internacionais de até US$ 50 feitas por pessoas físicas na internet. O assunto foi discutido entre empresários e equipe econômica. Na saída da reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, disse que a isenção pode acabar com milhares de postos de trabalho. “Nós viemos conversar com o ministro para pedir exatamente que haja isonomia entre importação desses produtos com a indústria brasileira. Se esses produtos não pagam impostos, a indústria brasileira brasileira está pagando um imposto que vai retirar empregos e salários. Só na indústria, que nós fizemos estimativa, vamos perder 500 mil empregos. Esses empregos representam, só de folha salarial, em torno de R$ 20 bilhões”, diz Andrade. Uma portaria do Ministério da Fazenda estabeleceu que compras onlines no exterior no valor de até US$ 50 serão isentas de impostos federais, desde que as empresas façam adesão ao programa de conformidade da Receita. Para as que não fizerem, haverá cobrança de tributos.

O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, fez um apelo ao ministro Fernando Haddad para que a portaria seja revista. “A Fazenda se mostrou muito interessada. Nós entregamos as projeções e a questão do emprego e entendemos que merece ser revisto. Nós estamos estimando, o varejo tem 19 milhões de empregos formais e pode chegar a perder 10% dos empregos. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan , admitiu que os números apresentados pelos empresários são consistentes. “A gente precisa olhar para esse tema com muita atenção porque o dado é muito preocupante e o estudo consistente nesse sentido. A Fazenda tem noramtizado esse tema para que a gente traga esse assunto a luz do dia. […] Recebemos o estudo hoje e vamos fazer uma análise com a Receita”, disse Durigan. Os empresários advertem que indústria e comércio já sofrem a anos com a concorrência de produtos do exterior que nãoi são taxados e espera que o governo atenda às reivindicações o mais rápido possível.

*Com informações do repórter Misael Mainetti