Estilista explica os altos preços na indústria da moda: ‘Estampa exclusiva encarece a peça’

Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu a estilista Julie Chermann. Em entrevista à Fabi Saad, a empreendedora contou sobre como desenvolveu o gosto pela moda ainda no Ensino Médio, quando desenhava e bordava figuras em camisas lisas. Hoje, Chermann comanda a marca J. Chermann. “Nosso trabalho envolve uma cadeia gigante. Desde as bordadeiras até o custo da peça final. São muito altos [os custos], tem que tentar valorizar nosso mercado e nossa cadeia de produção”, refletiu. “Quando a gente vê o preço de uma peça, está englobado muita coisa. Todas as pessoas que trabalham naquela marca, tudo certinho está englobado naquela marca. Tudo isso está no preço final da peça. Um diferencial na J. Chermann tem essa parte do desenho, do exclusivo, da estampa ser exclusiva. Tudo isso vai encarecendo a peça. É a escolha do consumidor, mas a gente tem que valorizar nossa produção.”

Julie desenvolveu uma peça exclusiva para o projeto Mulheres Positivas, feito com um processo de estampa em telas. O valor arrecadado será destinado para o projeto social Valquírias. A empreendedora e design de moda ainda deu dicas para mulheres que queiram participar do segmento. “Eu acho que primeiro é essa história de aprender, trabalhar em um lugar que você gosta, observar e entender o seu diferencial. É um mercado muito grande, você precisa descobrir o que te faz feliz, não vai para frente se você não gosta daquilo”, avaliou.

“Quando você descobre o que você gosta de fazer e aquilo te dá prazer, passa por dificuldades o tempo todo. É algo maior que te dá vontade de continuar e seguir em frente. Tem muitos obstáculos, mas no fim do dia, se você gosta de fazer aquilo… Até hoje me deixa feliz. Escolher algo que te dá prazer, aprender e começar aos poucos observando. Eu sou muito do passo a passo, tudo no seu momento e com a sua realidade. ”

Como livro, Julie Chermann recomendou “Nascidas para Vencer”, uma obra sobre negócios do autor Jim Collins, que usa figuras descritivas para comparar o empenho de empresas distintas. “Adoro filosofia, mas esse eu gosto muito. Ele faz uma alusão de empresas que foram escalar uma montanha perigosa”, afirmou. Como filme, ela indicou Kahlo, longa que retrata a vida da pintora mexicana. Após ler a biografia de Michelle Obama, a empreendedora afirmou que a ex-primeira dama é a mulher positiva que a inspira. “Ela é uma mulher muito forte, ela mostra muito isso e soube se adaptar. Ela acreditava muito em si mesma”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Julie Chermann: